O Brasil está intensificando esforços para firmar um acordo visando a disponibilização da PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) de longa duração no país, especialmente focando no medicamento lenacapavir, desenvolvido pela farmacêutica Gilead. Esse medicamento é uma formulação injetável que precisa ser aplicada apenas a cada seis meses, representando um avanço significativo na prevenção do HIV, pois substitui o uso diário de comprimidos e facilita a adesão ao tratamento.
O governo brasileiro, por meio do Ministério da Saúde, já participou de estudos clínicos e avaliações com pacientes, pesquisadores e instituições nacionais, demonstrando interesse não apenas em adquirir o medicamento, mas também em negociar a transferência de tecnologia para produção local. O objetivo é garantir acesso amplo e sustentável, especialmente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, o lenacapavir ainda não possui registro sanitário no Brasil, mas o país já avalia a possibilidade de quebra de patente para facilitar sua incorporação ao SUS, garantindo que a população tenha acesso gratuito a essa nova tecnologia de prevenção.
Além disso, outra opção injetável já está disponível no Brasil: o cabotegravir, comercializado como Apretude. Aprovado pela Anvisa em 2023 e disponível na rede privada desde 2025, ele é aplicado a cada dois meses e já demonstrou alta eficácia e adesão, mas ainda não está incorporado ao SUS, embora sua inclusão esteja sendo avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec).
Essas iniciativas reforçam o compromisso do Brasil em expandir as opções de prevenção do HIV, reduzir o estigma e aumentar o alcance da PrEP, especialmente entre populações mais vulneráveis. Com o advento de novas terapias e estratégias de prevenção, o país se posiciona na vanguarda da luta contra o HIV, buscando não apenas curar, mas prevenir novas infecções de forma eficiente e acessível.
Enquanto o número de infecções por HIV continua a ser uma preocupação global, o Brasil demonstra um enfoque proativo, utilizando inovações científicas para modernizar e fortalecer seus esforços em saúde pública. A expectativa é que, com a inclusão da PrEP de longa duração, seja possível diminuir consideravelmente a transmissão do vírus, beneficiando principalmente jovens, homens que fazem sexo com homens, trabalhadores do sexo, e outras populações em situação de vulnerabilidade.
Com a iniciativa do governo e a colaboração de profissionais de saúde, a perspectiva de um país livre do HIV torna-se mais próxima. A abordagem inclusiva e a disposição para negociar acordos de tecnologia são passos cruciais para garantir que medicamentos essenciais estejam disponíveis para todos, independentemente da capacidade de pagamento.
Dessa forma, ao insistir na negociação por acordos que garantam acesso a tratamentos inovadores como a PrEP de longa duração, o Brasil não apenas reforça seu compromisso com a saúde pública, mas também se posiciona como um exemplo na luta contra o HIV em nível internacional.
