
A facção criminosa venezuelana Tren de Aragua é uma organização transnacional que iniciou suas operações dentro da prisão de Tocorón, na Venezuela, e se expandiu significativamente por diversos países das Américas, como Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, e até nos Estados Unidos e Europa devido à crise migratória venezuelana.
No Brasil, o Tren de Aragua já atua em ao menos quatro estados (Roraima, Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro), explorando vulnerabilidades de refugiados venezuelanos por meio de extorsão, \”pedágio\” ilegal, tráfico de pessoas, sequestros, assassinatos por encomenda, além do tráfico de drogas e armas. A facção mantém uma aliança estratégica com o Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo criminoso brasileiro, fornecendo armas e colaborando em ações criminosas comuns.
A expansão do Tren de Aragua para fora da Venezuela foi facilitada por uma operação fracassada do regime de Nicolás Maduro para desmantelar a facção, que levou à descentralização e à autonomia das células no exterior. Estas células passaram a se financiar localmente e a enviar recursos para líderes foragidos.
Uma das características mais marcantes do Tren de Aragua é seu alto grau de violência. A facção se tornou notória por métodos brutais, incluindo esquartejamentos, e pelo uso de controle social e violência para impor suas regras nas comunidades onde opera.
Além das atividades típicas de facções criminosas, o Tren de Aragua explora especificamente a diáspora venezuelana, aproveitando-se da situação de vulnerabilidade econômica e social dos migrantes. Entre as práticas denunciadas estão o tráfico sexual com servidão por dívida, um crime que atinge muitas mulheres e crianças no contexto da migração forçada.
O comando central do grupo está liderado por Héctor “Niño” Guerrero, que está foragido e, acredita-se, possa se encontrar no Brasil. Outros líderes da facção estão presos ou desaparecidos, o que complica a estrutura de comando e controle da mesma.
A atuação da facção no Brasil já gerou consequências legais significativas. Recentemente, um integrante do Tren de Aragua foi condenado a 25 anos de prisão em Roraima por homicídio, evidenciando a abrangência da influência do grupo no território brasileiro.
A expansão do Tren de Aragua levanta preocupações sobre a segurança regional e a soberania dos países afetados. As autoridades enfrentam o desafio de lidar com a complexidade dessa rede criminosa, que se apresenta como um dos principais riscos à segurança pública na América Latina atualmente. Em resposta, diversos países têm aumentado a cooperação para tentar conter a influência do Tren de Aragua e desmantelar suas operações.
Com a capacidade de se infiltrar em várias regiões, a facção não só estabelece um comércio ilegal de drogas e armas, mas também assume controle sobre comunidades, o que leva a uma escalada de violência que pode provocar tensões sociais e políticas significativas.
Diante deste cenário, a análise contínua da atividade do Tren de Aragua e suas repercussões são fundamentais para a formulação de políticas públicas eficazes. A necessidade de uma resposta coordenada e abrangente permanece imperativa para mitigar os impactos desta facção transnacional na América Latina e no mundo.



