ECONOMIA

Vence a agiotagem, diz Boulos sobre taxa Selic em 15% ao ano

A taxa Selic mantida em 15% ao ano impacta a economia brasileira principalmente por conter a inflação alta, mas ao custo de desacelerar o crescimento econômico e encarecer o crédito. A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) de manter essa taxa elevada visa fazer com que as expectativas de inflação convirjam para a meta estipulada, atualmente em 3% ao ano, com tolerância de 1,5% a 4,5%, protegendo a estabilidade de preços.

Os principais impactos e consequências para a economia brasileira dessa taxa Selic em 15% são:

  • Controle da inflação: A alta taxa de juros encarece o crédito e desestimula o consumo, ajudando a conter pressões inflacionárias, já que a inflação ainda está projetada um pouco acima do teto da meta para os próximos anos (ex: 4,4% em 2025).
  • Custos para o crescimento econômico: Juros altos tendem a desacelerar o investimento produtivo e o consumo, pesando sobre a expansão da economia, o que pode limitar a geração de emprego e o crescimento real do PIB.
  • Impacto nos setores financeiros e investimentos: A manutenção da Selic alta afeta diretamente o mercado de renda fixa, tornando esse tipo de investimento mais atrativo, mas também pode influenciar negativamente o mercado de renda variável por elevar o custo do dinheiro e aumentar o risco de crédito.
  • Preocupação fiscal e política monetária rígida: A permanência da Selic em nível elevado reflete também a preocupação do Banco Central com a saúde fiscal do país e incertezas econômicas, além de indicar que o BC está disposto a manter juros altos por tempo suficiente para controlar a inflação, mesmo que isso despreste uma retomada rápida do crescimento.

O Copom reforçou que a decisão de manter os juros em 15% é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta, suavizando flutuações da atividade econômica e fomentando o pleno emprego no médio prazo, ainda que os efeitos plenos das mudanças na Selic levem de 6 a 18 meses para se manifestar.

Ao mesmo tempo, o mercado financeiro já discute uma circulação futura de queda gradual da Selic, à medida que a inflação seja controlada de forma consistente e as condições econômicas permitam maior estímulo.

Portanto, a taxa Selic em 15% representa uma postura de política monetária restritiva, necessária para ancorar as expectativas inflacionárias, mas que gera efeitos adversos sobre a atividade econômica e o crédito ao consumidor e empresário no Brasil.

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