Em 2024, o setor cultural brasileiro deu um significativo salto, empregando 5,9 milhões de pessoas. Este número representa o maior valor desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2014, correspondendo a 5,8% do total de ocupados no mercado de trabalho no país.
O crescimento do setor cultural também traz à tona questões sobre o perfil dos trabalhadores. Dados apontam que 1,74 milhão de assalariados trabalha nas mais diversas atividades culturais, englobando desde artistas até profissionais de produção e administração cultural. Apesar do crescimento no número de empregos, o panorama do trabalho cultural revelou-se predominantemente informal, com cerca de 44,6% dos trabalhadores nessa condição.
Além disso, a pesquisa apontou que a remuneração média no setor cultural foi de R$ 3.266 mensais, evidenciando uma redução de 2% em relação ao ano anterior. Esse ganho, no entanto, ainda se destaca em relação à média da economia brasileira, que ficou em R$ 3.108, o que propiciou uma diminuição da diferença salarial entre esses dois setores.
O dinamismo do setor cultural não se limitou apenas ao emprego, mas também apresentou uma distribuição desigual em termos regionais. O Nordeste teve um aumento significativo no rendimento médio, com alta de 11,4%, enquanto outras regiões como o Norte e o Sudeste observaram queda. Este fator levanta debatíveis questões sobre a equidade nas oportunidades de emprego e na remuneração no contexto cultural.
Observando a evolução do mercado, um estudo realizado pelo Observatório Itaú Cultural revela que cerca de 7,8 milhões de novos postos na economia criativa foram gerados em 2023. Este dado indica um crescimento considerável, em contraste com a taxa de crescimento de 2% da economia em geral. Essa discrepância de números é em parte atribuída a definições diferentes de \”setor cultural\” e \”economia criativa\”.
Além disso, é importante ressaltar que o aumento da geração de empregos no setor cultural reflete um reconhecimento crescente da importância cultural e econômica das artes e da cultura no Brasil. Em um momento de profundas transformações sociais e econômicas, o setor cultural surge como um polo de inovação e criatividade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.
À medida que o Brasil avança, desafios ainda persistem em garantir a formalidade e as condições de trabalho dos profissionais culturais, além de assegurar que essa expansão beneficie a diversidade e a pluralidade cultural do país. A busca por políticas públicas efetivas que promovam a valorização do trabalhador da cultura, assim como um maior investimento no setor, se faz urgente se o Brasil almeja consolidar sua identidade cultural rica e multifacetada.
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