
A harmonização facial e outros procedimentos de preenchimento têm se tornado cada vez mais populares entre os brasileiros que buscam melhorar a aparência. No entanto, esses procedimentos trazem riscos significativos à saúde, especialmente quando realizados de forma inadequada ou por profissionais sem a devida qualificação. Este artigo explora os principais perigos associados a esses tratamentos estéticos, bem como formas de prevenção e o impacto que podem ter na saúde do paciente.
Principais Perigos e Riscos
Um dos riscos mais sérios relacionados à harmonização facial é a oclusão vascular, que ocorre quando o produto é injetado dentro ou muito próximo de vasos sanguíneos. Essa condição pode levar à necrose tecidual, resultando na morte de tecidos, perda de pele, deformidades faciais e, em casos extremos, cegueira. A cegueira pode acontecer quando o produto afeta vasos que se conectam à artéria oftálmica, obstruindo a irrigação da retina. Em situações raras, pode ocorrer também um acidente vascular cerebral (AVC) se o produto atingir a circulação cerebral.
As áreas mais perigosas para a realização dessas injeções incluem o nariz, a glabela (região entre as sobrancelhas), a testa e a região das olheiras. Estas regiões contêm vasos sanguíneos que se comunicam com estruturas vitais da cabeça.
Além disso, outros riscos comuns incluem o inchaço, vermelhidão, dor e hematomas, que geralmente são transitórios; a assimetria facial, que pode ocorrer se o produto não for distribuído uniformemente, e infecções que surgem ao não seguir as medidas de higiene adequadas. Há também a possibilidade de reações alérgicas ou rejeição do produto, assim como o surgimento de nódulos ou formações lineares visíveis na região frontal. O uso de produtos não aprovados, como silicone industrial, pode resultar em deformações, infecções e até morte.
Prevenção de Complicações
Para minimizar os riscos associados à harmonização facial, é essencial escolher um profissional qualificado. O procedimento deve ser realizado por um médico experiente, que possua profundo conhecimento da anatomia facial e dos riscos envolvidos, além de saber agir em situações de emergência.
Antes do procedimento, o paciente deve ser cuidadosamente avaliado em relação ao seu histórico médico, alergias, doenças autoimunes, infecções ativas e outras contraindicações. Ter expectativas realistas sobre os resultados é igualmente importante para evitar descontentamentos posteriores.
O uso de produtos apenas registrados e aprovados por órgãos reguladores, como a ANVISA, também é um passo crucial que garante segurança e eficácia. Técnicas modernas, como a utilização de ultrassonografia durante o procedimento, podem auxiliar no mapeamento de vasos sanguíneos e na redução do risco de injeções “às cegas”. Além disso, injeções lentas e com baixa pressão ajudam a minimizar o risco de ruptura de vasos ou provocar embolia.
O ambiente em que o procedimento é realizado também precisa ser adequado, seguindo rigorosos protocolos de higiene e segurança. Isso inclui a utilização de equipamentos estéreis e a observância de todas as normas sanitárias.
Impacto na Saúde
Quando realizados de maneira adequada, os preenchimentos faciais têm o potencial de melhorar a autoestima dos pacientes e proporcionar resultados que aparentam ser naturais. Contudo, complicações graves podem ocasionar danos permanentes, resultando em cicatrizes, deformidades, perda de função visual ou sequelas neurológicas. O impacto psicológico também deve ser levado em conta, dado que insatisfações ou experiências adversas podem causar estresse emocional significativo.
Conclusão
A harmonização facial e os procedimentos de preenchimento podem ser seguros quando realizados por profissionais qualificados, com o uso de produtos aprovados e em ambientes adequados. No entanto, os riscos são reais e podem ser graves, particularmente nas áreas de alto risco como o nariz, testa e região dos olhos. A prevenção dessas complicações exige a escolha cuidadosa do profissional, uma avaliação prévia do paciente e a adoção de técnicas seguras e modernas.
Dica final: Nunca se submeta a preenchimentos em clínicas não regulamentadas ou com profissionais que não tenham formação médica. A saúde e a segurança devem sempre ser priorizadas em relação à estética.