
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou novas denúncias contra policiais militares por crimes cometidos durante a Operação Contenção, megaoperação realizada nos complexos da Penha e do Alemão em 28 de outubro de 2025. Este desdobramento revela a ampliação das investigações que já acumularam seis denúncias relacionadas a ilegalidades praticadas por PMs nesse contexto.
As acusações incluem delitos como furto, peculato, manipulação de câmeras corporais e ameaças a moradores das comunidades afetadas. Entre os fatos mais graves denunciados estão:
- Apropriação de um fuzil em uma residência no Alemão, que foi ocultado em uma mochila e não possuía registro oficial;
- Furto de peças de um veículo estacionado na Vila Cruzeiro, incluindo tampão do motor, farol e capas dos retrovisores;
- Arrombamento de duas casas em busca de objetos de valor;
- Tentativas de manipulação das câmeras corporais (COPs), onde policiais desligaram, removeram ou desviaram os equipamentos, com o intuito de impedir o registro das atividades durante cerca de cinco horas de operação.
No total, nove policiais foram denunciados em seis ações penais militares. Durante as investigações, cinco deles foram presos pela Corregedoria da Polícia Militar, enquanto a prisão preventiva de outros foi requisitada. Além disso, os agentes estão sujeitos a processos administrativos disciplinares que podem culminar em sua expulsão da corporação.
As imagens capturadas pelas câmeras corporais foram fundamentais para embasar as denúncias e prisões. Elas revelaram tentativas deliberadas dos policiais em obstruir o controle interno e externo das atividades policiais, compromissos fundamentais para a transparência e responsabilização nos serviços de segurança pública. O MPRJ permanece em vigilância, analisando novos vídeos e investigando possíveis novos envolvidos na prática de crimes durante a operação.
Essas ocorrências ressaltam a complexidade e os desafios enfrentados pela Polícia Militar no combate ao crime organizado no estado do Rio de Janeiro. A Operação Contenção foi uma resposta à escalada da violência, mas os desdobramentos agora colocam em cheque as ações e a integridade da instituição que deveria garantir a segurança da população.
A sociedade civil e as autoridades competentes observam com preocupação a evolução deste caso. O descumprimento de normas e a violação de direitos humanos, frequentemente associados a operações policiais em áreas de vulnerabilidade, levantam um debate crucial sobre a efetividade e a moralidade das ações empreendidas pela polícia.
Com a pressão por maior responsabilidade e a implementação de medidas transparentes, espera-se que as investigações do MPRJ não apenas punam os culpados, mas também provoquem uma reavaliação das práticas da Polícia Militar, promovendo uma transformação necessária para a construção de um ambiente de segurança mais justo e respeitoso para todos os cidadãos.