
A segurança pública no Brasil tem sido um assunto amplamente debatido e, mesmo assim, continua a ser uma questão mal resolvida. No artigo \”A questão da segurança pública (ainda) mal resolvida\”, publicado no portal O Dia, Gastão Reis explora a persistência de problemas estruturais no sistema de segurança pública, destacando sua relevância e urgência.
De acordo com Reis, as pesquisas sobre segurança pública realizadas nas últimas três décadas revelam uma constância alarmante nas insatisfações da população. Tanto no Rio de Janeiro quanto em outras regiões, a insatisfação em relação à atuação das forças policiais é evidente, sugerindo que os problemas de segurança transcendem gestões e políticas temporárias.
Um dos pontos cruciais levantados pelo colunista é a jornada de trabalho dos policiais. A prática de escalas de 24 horas de trabalho seguidas por 72 horas de folga tem sido considerada extenuante. Essa carga horária intensa não apenas compromete a saúde e bem-estar dos policiais, mas também afeta diretamente a qualidade do serviço prestado. Reis destaca que essa estrutura de trabalho, caracterizada por longas jornadas e períodos de folga extensos, pode prejudicar o foco e a efetividade dos policiais em suas funções.
Ao comparar o Rio de Janeiro com São Paulo, Reis aponta que o estado paulista tem adotado práticas mais eficazes na organização das escalas de trabalho de seus policiais. Em São Paulo, a implementação de escalas de 12 ou 8 horas diárias tem contribuído para um aumento na satisfação e no desempenho das forças de segurança, refletindo uma abordagem mais moderna e eficiente que poderia servir como modelo para outras regiões.
Além disso, o artigo enfatiza a necessidade de um revigoramento no enfoque das ações policiais. O autor argumenta que as instituições de segurança devem reavaliar suas prioridades e estratégias, buscando um alinhamento com as melhores práticas observadas em estados como São Paulo. Essa reestruturação não apenas melhoraria o desempenho operacional, mas também ajudaria a recuperar a confiança da população nas forças de segurança.
Reis sugere que as polícias militar, civil e rodoviária precisam urgentemente seguir o exemplo paulista, realizando mudanças estruturais e práticas que visem melhorar a segurança nas ruas e a imagem das instituições. Essa transformação é vista como fundamental para o restabelecimento da ordem e da segurança pública nas cidades brasileiras.
A crítica à gestão da segurança pública proposta por Gastão Reis não é meramente uma questão de insatisfação. Ela serve como um apelo à ação, evidenciando a importância de políticas públicas eficazes que abordem as raízes dos problemas enfrentados. Frente a um cenário de violência crescente e a desconfiança da população em relação às autoridades, é imperativo que haja uma resposta robusta e bem articulada por parte dos governantes e gestores de segurança.
Assim, a questão da segurança pública no Brasil continua a ser uma problemática que requer atenção constante e soluções sustentáveis. A análise minuciosa de Reis e suas recomendações apresentam um caminho a ser seguido para que a sociedade possa, finalmente, sentir-se mais segura e confiante em relação a suas instituições de segurança.



