Liniker, a renomada cantora brasileira, incorpora profundamente sua espiritualidade arraigada no Candomblé e na herança cultural do Baile do Carmo em sua música e vida pessoal. Sua arte tem uma forte conexão com forças ancestrais afro-brasileiras, refletindo um engajamento profundo com essas tradições.
Liniker é uma devota do Candomblé, uma religião afro-brasileira, identificando-se como filha dos orixás Oxossi e Iansã. Recentemente, ela completou sua iniciação no Candomblé, descrevendo o processo como sua “Renaissanc” dentro de uma religião de matriz africana — um período de renascimento espiritual, cura e reconexão com seu orixá durante uma fase de resguardo. Essa jornada se entrelaçou com a criação de seu álbum *Caju* (2024), que ela considera centrado no amor, reconciliação e poder espiritual; rituais do Candomblé influenciaram sua produção, ajudando-a a superar exaustão espiritual, ansiedade e pressões da indústria.
Os laços com o Baile do Carmo, um evento de \”resistência negra\” em sua cidade natal de Araraquara, São Paulo, surgem de uma segregação histórica que impedia negros de frequentar clubes brancos. A família de Liniker, os Barros, está ativamente envolvida, moldando sua imagem de pessoas negras bem vestidas, alegres, dançando e celebrando. Ela valoriza as memórias de sua mãe e tia se preparando para o baile, incorporando o orgulho e a beleza da família negra. Essa base cultural influencia sua música, como observado em *Caju*, que incorpora gêneros como pagode e arrocha — estilos que sua mãe apreciava no baile — rejeitando um rótulo \”refinado\” em favor de expressões autênticas de amor.
Esses elementos alimentam a evolução de Liniker, desde seu álbum premiado no Grammy, *Índigo Borboleta Anil* (2022), focado na cura da dor e do pânico, até a vibrante mescla de neo-soul, samba, pagode e mais presentes em *Caju*, que já acumula mais de 250 milhões de streams. Eles afirmam sua identidade como uma artista negra trans abraçando humanidade, sensualidade e autoconfiança, movendo-se além dos fardos da representação para o empoderamento pessoal.
