
No Dia Mundial de Luta contra o HIV/Aids em 2025, o Brasil celebrou avanços significativos, destacando a eliminação da transmissão vertical do HIV (de mãe para filho) e a menor taxa de mortalidade por aids da história do país. O Brasil alcançou as métricas para receber a certificação da ONU como país livre da transmissão vertical, um marco histórico que garante que mulheres vivendo com HIV possam ter filhos sem o vírus.
Além disso, o país ampliou o acesso gratuito a prevenção, diagnóstico e tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), modernizou o cuidado com regimes de tratamento mais simples, reduzindo para uma pílula diária, e adotou a estratégia de Prevenção Combinada, que inclui o uso de preservativos, PrEP (profilaxia pré-exposição) e PEP (profilaxia pós-exposição) para reduzir o risco de infecção.
O Brasil está perto de atingir as metas globais 95-95-95 da UNAIDS, que preveem que 95% das pessoas vivendo com HIV saibam seu diagnóstico, 95% estejam em tratamento e 95% destes tenham supressão viral. Esse progresso é um reflexo do compromisso contínuo do país em botar fim à epidemia de HIV/Aids e garantir uma vida saudável para os que vivem com o vírus.
No mesmo contexto, o Ministério da Saúde lançou campanhas de conscientização, incluindo a exposição “40 anos da história da resposta brasileira à aids” em Brasília, reforçando o compromisso do país com o enfrentamento contínuo da doença e superação do estigma associado ao HIV.
Esses avanços refletem quatro décadas de políticas públicas eficazes, ciência e mobilização social, colocando o Brasil como referência mundial na resposta ao HIV/Aids. Além da eliminação da transmissão vertical, o país viu melhorias significativas em outras áreas, como a redução das infecções novas e a mortalidade associada à aids, o que demonstra não só a eficácia das políticas de saúde pública, mas também a capacidade de adaptação diante de novas evidências científicas.
Entretanto, os desafios permanecem. A necessidade de continuar as campanhas de conscientização e prevenção é imprescindível, especialmente entre populações mais vulneráveis. Grupos como jovens, pessoas LGBTQIA+ e trabalhadores do sexo ainda enfrentam barreiras de acesso aos serviços de saúde, muitas vezes devido a preconceitos e desinformação.
Ademais, com a pandemia de COVID-19, muitos serviços de saúde voltados ao HIV/Aids foram temporariamente suspensos ou reduzidos, levando a um aumento das dificuldades no diagnóstico e tratamento durante esse período. O Ministério da Saúde, portanto, tem trabalhado arduamente para reverter esses efeitos e restabelecer os níveis de cuidado e apoio à população afetada.
Com iniciativas como a melhoria no acesso à profilaxia pré-exposição (PrEP) e a contínua formação de profissionais de saúde, o Brasil se propõe a não apenas manter os avanços conquistados, mas também a expandir a rede de proteção contra o HIV. Nesse sentido, a colaboração entre o governo, organizações não governamentais e a pesquisa científica é fundamental para que o Brasil continue a ser um modelo no combate ao HIV/Aids.
Assim, o Dia Mundial de Luta contra o HIV/Aids se apresenta não apenas como uma data de reflexão, mas como um chamado à ação coletiva. A luta contra essa epidemia, que por anos afetou milhões de brasileiros, ainda não terminou, e é na união de esforços que se encontrará o caminho para um futuro sem HIV.