
Um assessor do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, identificado como Thárcio Nascimento Salgado, indicou a um ex-deputado conhecido como TH Joias um endereço onde ele poderia se esconder, pouco antes de uma operação da Polícia Federal (PF) que visava sua prisão. As informações foram obtidas através de comunicação via mensagem trocada entre os envolvidos, revelando uma tentativa de obstrução da justiça relacionada a investigações de crimes graves.
Na noite de 2 de setembro de 2025, menos de 24 horas antes da operação policial, TH Joias solicitou a Thárcio que indicasse um local de abrigo para sua fuga. Em resposta, o assessor forneceu o endereço do apartamento 802, bloco 6, do Condomínio Majestic, localizado na Barra Olímpica, na cidade do Rio de Janeiro. No dia seguinte, 3 de setembro, o ex-deputado foi preso no local indicado, confirmando a relação direta entre os personagens envolvidos na trama criminosa.
As investigações da PF não apenas revelaram essa troca de mensagens, mas também destacaram o envolvimento de Thárcio com atividades ilícitas ligadas à lavagem de dinheiro da organização criminosa da qual TH Joias é associado. Acusações adicionais envolvem Rodrigo Bacellar, que também foi preso preventivamente devido a indícios de que vazou informações sigilosas e orientou a destruição de provas para ajudar TH Joias a escapar das autoridades.
TH Joias, cujo nome verdadeiro é Thiego Raimundo dos Santos Silva, já é alvo de um inquérito criminal e responde por diversos crimes, incluindo organização criminosa, tráfico interestadual de armas e drogas, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Sua associação com a facção criminosa Comando Vermelho intensificou as suspeitas sobre sua atuação no cenário político, levantando questões sobre a relação entre crime organizado e as estruturas de poder.
A prisão de TH Joias evidenciou a capacidade de organizações criminosas de infiltrar-se em esferas políticas, criando uma rede de proteção e obstrução à justiça. O episódio acendeu um alerta sobre a responsabilidade de figuras públicas e o potencial impacto de suas ações em contextos de crime organizado.
Além do aspecto criminal, o caso também suscita reflexões sobre a integridade das instituições democráticas e a urgência de mecanismos eficazes de fiscalização e responsabilização para evitar que agentes políticos colaborem com atividades ilícitas.
O desenrolar das investigações promete trazer novas revelações e pode impactar significativamente a imagem da Alerj e seus membros. A necessidade de transparência e de combate à corrupção torna-se premente à medida que os desdobramentos do caso se tornam mais evidentes.
Conforme a situação evolui, espera-se que as autoridades sigam rigorosamente as diretrizes legais para garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados. A sociedade aguarda por justiça e pela recuperação da credibilidade nas instituições, fundamentais para a manutenção da ordem e da moralidade pública.