ASA, de Alberto Safra, remove 50 funcionários do Banco ABC Brasil em movimento estratégico

A ASA, instituição financeira liderada por Alberto Safra, tem se destacado no mercado ao recrutar agressivamente cerca de 50 funcionários, na sua maioria profissionais seniores, do Banco ABC Brasil ao longo do último ano. Esta manobra, descrita por fontes como uma “incursão hostil”, envolveu contratações discretas, mas deliberadas, em diversos departamentos do ABC Brasil, resultando até mesmo na desmobilização de algumas agências regionais.

Entre os executivos destacados estão Antonio Sanchez, que atuava como membro do comitê executivo e vice-presidente comercial desde 2018, e Gustavo Bellon, diretor administrativo de DCM por 11 anos, ambos atualmente em licença do trabalho. A ASA ofereceu pacotes altamente competitivos, incluindo bônus de contratação que variaram de R$1 milhão a R$9 milhões, dependendo da senioridade, muitas vezes superando as tentativas de retenção do ABC Brasil.

Fundada por Alberto Safra após um acordo em um litígio familiar em 2024, a ASA cresceu rapidamente no setor bancário, incluindo áreas como private banking, gestão de patrimônio e empréstimos corporativos para o meio do mercado. Em agosto de 2025, a ASA obteve a aprovação do Banco Central para operar como uma Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (SCFI), o que lhe permite emitir produtos como CDBs, LCs, RDBs e acessar linhas de crédito do BNDES. Esses movimentos têm apoiado a onda de contratações da ASA para alimentar sua expansão.

Por outro lado, o ABC Brasil, com aproximadamente 1.500 funcionários após um rápido triplo crescimento de sua força de trabalho, enfrenta desafios internos significativos, como desconexões nas lideranças e desenvolvimento profissional inadequado. Essas dificuldades tornaram a instituição vulnerável, apesar das tentativas de retenção que se mostraram ineficazes. As saídas de 50 funcionários representam uma fração reduzida de sua força de trabalho, mas impactaram fortemente os níveis mais altos da administração.

Além de ASA, também foram relatadas incursões semelhantes em instituições como Sofisa e Fibra, demonstrando uma tendência crescente no mercado financeiro de seletividade e atração dos melhores talentos disponíveis. O movimento da ASA reflete não apenas uma estratégia de crescimento assertiva, mas também os desafios persistentes enfrentados por bancos estabelecidos na contenção de talentos, ressaltando um ambiente competitivo que exige inovação e adaptação constante.

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