Abin antecipa desafios de segurança e inteligência artificial nas eleições de 2026

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) aponta que a segurança no processo eleitoral e os ataques cibernéticos utilizando inteligência artificial (IA) são desafios centrais para as eleições gerais de 2026 no Brasil, que irão eleger presidente, governadores, senadores e deputados.

Entre as ameaças destacadas pela Abin estão tentativas de deslegitimar as instituições democráticas, como as que resultaram na invasão dos Três Poderes em Brasília em janeiro de 2023, manipulando massas e disseminando desinformação em larga escala. Além disso, há o risco da influência crescente do crime organizado em certos territórios e a possibilidade de interferência externa com interesses geopolíticos, o que ameaça a integridade do pleito.

Outro ponto destacado é a vulnerabilidade estratégica causada pela dependência de provedores externos em infraestruturas críticas, como nuvem, armazenamento de dados e identidade digital, o que pode facilitar essa interferência externa. A Abin cita ainda a \”guerra cognitiva\” — uma forma de conflito que envolve desinformação algorítmica — e o risco de espionagem para acesso a dados sensíveis durante o processo eleitoral.

Esses desafios levam a Abin a publicar a edição especial *Desafios de Inteligência 2026*, que visa apoiar a agência no assessoramento institucional perante a Presidência e na formulação de políticas para salvaguardar a transparência e segurança do processo eleitoral e proteger informações sensíveis do Estado brasileiro.

De forma complementar, questões de segurança pública e o combate ao crime organizado, especialmente em sua face cibernética, também se mostram temas centrais para o contexto eleitoral e social em 2026, demandando articulação institucional e políticas integradas de prevenção e inteligência.

O contexto das eleições de 2026 se insere em um cenário mais amplo de polarização política e social, onde a confiança nas instituições se fragiliza em razão da disseminação de fake news e teorias da conspiração. A atuação da Abin será crucial não apenas para a segurança das eleições, mas também para restaurar a credibilidade do processo democrático.

Na preparação para o pleito, a Abin deverá promover parcerias com outras agências internacionais de inteligência e segurança, buscando compartilhar informações e experiências que possam auxiliar no combate à desinformação e nos ataques cibernéticos. Além disso, o fortalecimento do trabalho conjunto com as polícias e outros órgãos de segurança pública se torna imprescindível para assegurar a ordem durante a votação e a apuração dos resultados.

Em um momento em que a tecnologia avança rapidamente, a evolução da IA e o uso dela para fins nefastos é uma preocupação crescente. A necessidade de um debate público sobre regulamentações e legislações que abordem a segurança cibernética e a integridade das eleições é mais urgente do que nunca. Apenas com um esforço conjunto e uma abordagem multidisciplinar será possível enfrentar os desafios que se avizinham no horizonte eleitoral brasileiro.

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