
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou pela condenação de cinco dos sete integrantes da ex-cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) por omissão nos atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro de 2023. A pena proposta é de 16 anos de prisão, a qual inclui 13 anos e seis meses em regime fechado, além de perda dos cargos públicos e outras sanções[1][2][3][4].
Os policiais condenados são: Fábio Augusto Vieira, então comandante-geral da PMDF; Klepter Rosa Gonçalves, subcomandante-geral; e os coronéis Jorge Eduardo Barreto Naime, Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra e Marcelo Casimiro Vasconcelos[1][2][3][4]. Cada um deles foi acusado de ter uma omissão dolosa e estruturada, tendo anuência tácita aos riscos associados aos acontecimentos golpistas, os quais configuraram uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e agravaram os danos ao patrimônio público.
De acordo com Moraes, a conduta dos oficiais representou uma grave ameaça ao estado democrático e, por esse motivo, a responsabilização se mostrava necessária. “A inação deliberada desses oficiais em face dos eventos do dia 8 de janeiro exacerba sua responsabilidade em um quadro de total descontrole das forças de segurança,” afirmou o ministro durante a sessão[1][2][3][4].
Por outro lado, dois outros policiais, Flávio Silvestre de Alencar e Rafael Pereira Martins, foram absolvidos, uma vez que não foram apresentadas provas suficientes para a condenação. A defesa de ambos sustentou que não havia elemento suficiente para justificar qualquer tipo de penalidade em relação aos seus clientes[1][2][4].
Além da condenação à prisão, os cinco policiais implicados também enfrentam medidas cautelares significativas. Entre elas, estão a proibição de sair da cidade, uso de tornozeleira eletrônica, restrições ao deslocamento noturno e o cancelamento de passaportes[2].
O julgamento, que teve início nesta sexta-feira, 28 de novembro, prosseguirá até 5 de dezembro, com a participação de outros três ministros que também votarão sobre as questões apresentadas[2]. As defesas dos PMs condenados demonstraram descontentamento com o voto de Moraes, alegando ausência de provas e solicitando a absolvição de todos os envolvidos, destacando a fragilidade das acusações levantadas.
Os atos de 8 de janeiro, em Brasília, marcaram um momento crítico na história recente do Brasil, onde manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições de 2022 invadiram prédios públicos, incluindo o Congresso Nacional e o Palácio da Alvorada. Este episódio gerou uma série de investigações e processos que têm como objetivo responsabilizar tanto os instigadores quanto os representantes da força de segurança que falharam em agir decisivamente durante os tumultos[1][2][3][4].
O desdobramento desse julgamento e suas consequências poderão redefinir a atuação das forças policiais em situações de crise e a percepção pública sobre a responsabilidade dos líderes militar, especialmente em momentos de convulsão social. A sociedade e as instituições acompanhando o caso esperam um desfecho que reafirme o compromisso do Brasil com a democracia e o estado de direito.