
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, em sessão realizada em 27 de novembro de 2025, aprovou dois pedidos de prisão preventiva, marcando um desenvolvimento significativo nas investigações sobre irregularidades no sistema previdenciário brasileiro. Os pedidos foram apresentados pelo relator da comissão e se direcionam especificamente a Cecília Rodrigues Mota, presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB), e a João Carlos Camargo Júnior, um empresário conhecido como “alfaiate dos famosos” e que está sendo investigado por movimentações financeiras suspeitas.
Durante a mesma sessão, os parlamentares aprovaram um total de 393 requerimentos, que incluíam não apenas os pedidos de prisão, mas também requisições de informação, acareações e solicitações de bloqueio de bens de investigados. A comissão também decidiu adiar a votação de 86 requerimentos que não foram consensuais entre a base e a oposição, deixando a convocação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para uma votação futura. A convocação de Messias se tornou um ponto de polêmica entre os membros da CPMI.
A CPMI foi instaurada para investigar denúncias de descontos indevidos em benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que afetaram milhões de aposentados e pensionistas no Brasil. O Ministério da Previdência Social já fez a restituição de R$ 2,56 bilhões a cerca de 3,75 milhões de beneficiários, considerando que 97,9% dos segurados contestaram os descontos realizados erroneamente.
As investigações estão focadas em desvendar um esquema que envolvia agentes públicos e privados na aplicação de descontos ilegais, que prejudicaram financeiramente milhares de cidadãos. Com a aprovação dos pedidos de prisão preventiva, a CPMI busca reforçar as medidas contra aqueles que praticaram tais irregularidades.
Os vínculos entre os investigados e as suas práticas levantam questões sobre a governança e a fiscalização do INSS, indicando falhas que permitiram o aparecimento de tais práticas ilícitas. Os integrantes da comissão expressaram a intenção de continuar com as investigações até que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
A investigação e a aprovação dos pedidos de prisão servem como um passo importante na luta contra a corrupção e a má gestão dentro do sistema previdenciário. Para a sociedade, essas ações são vistas como um sinal de que o Estado está se mobilizando para proteger os interesses dos aposentados e pensionistas que confiaram no sistema de previdência social do país.
Com o avanço das investigações, a CPMI promete trazer à luz detalhes que podem mudar a maneira como os benefícios previdenciários estão sendo geridos no Brasil. A expectativa é que medidas mais rigorosas sejam adotadas para evitar que situações semelhantes voltem a ocorrer no futuro.
A CPMI do INSS continua a trabalhar e espera-se que novas informações e ações sejam divulgadas nas próximas sessões, à medida que os parlamentares buscam esclarecer as responsabilidades envolvidas nesses casos e garantir a justiça para os beneficiários prejudicados.