A Conferência das Partes (COP30) realizada em Belém, Brasil, se destacou ao reunir representantes de 190 países, que introduziram 120 novos planos de ação climática conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Esses planos abrangem cerca de 70% das emissões globais de gases de efeito estufa, refletindo um esforço coordenado para enfrentar o desafio das mudanças climáticas.
Um dos tópicos centrais da cúpula foi o compromisso de mobilizar anualmente ao menos 1,3 trilhões de dólares para ações climáticas até 2035. Este financiamento inclui fundos triplicados destinados à adaptação climática, visando aumentar a resiliência das nações frente aos impactos já sentidos do aquecimento global, como eventos climáticos extremos, seca e inundações.
Além disso, a cúpula adotou indicadores globais com a finalidade de medir a eficácia das medidas de adaptação, um passo considerado essencial para alinhar as metas de desenvolvimento sustentáveis às exigências trazidas pela crise climática.
Apesar dos avanços, a COP30 enfrentou críticas pela falta de um compromisso claro em relação à eliminação gradual dos combustíveis fósseis. Embora houvesse pressão considerável sobre os líderes mundiais para que estabelecessem um cronograma para essa transição energética, os acordos existentes foram suavizados ou adiados. Essa dinâmica evidenciou tensões entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, assim como a influência de \”petroestados\” que desempenham um papel crucial nesse setor.
Um dos resultados positivos da reunião foi o lançamento do “Acelerador de Implementação Global”, uma iniciativa projetada para facilitar ações rápidas em áreas como redução de emissões e adoção de tecnologias limpas e energias renováveis. Com esse impulso, espera-se que setores diversos contribuam com trilhões de dólares para respaldar os objetivos climáticos estabelecidos durante a conferência.
Um aspecto relevante da cúpula foi a ênfase na equidade, buscando equilibrar os interesses de diferentes regiões do mundo. O foco na colaboração internacional reflete um reconhecimento crescente de que a crise climática é uma preocupação global que requer uma abordagem conjunta e solidária.
Embora a COP30 tenha logrado reunir um vasto número de países e firmar compromissos financeiros significativos, as metas ainda estão aquém da ambição necessária para conter o aumento da temperatura global abaixo de 2 graus Celsius, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris. O progresso foi notável, mas insuficiente para lidar com a magnitude da crise climática que a humanidade enfrenta atualmente.
Em resumo, a COP30 representou um marco importante no diálogo global sobre a mudança climática, mobilizando países e recursos significativos, mas também evidenciou a necessidade de uma ambição muito maior no futuro para garantir um planeta sustentável para as próximas gerações.
