
As mudanças climáticas já afetam o cotidiano no Brasil, principalmente por meio de eventos climáticos extremos — como secas prolongadas, ondas de calor, chuvas intensas e enchentes — além de impactos indiretos como aumento dos preços dos alimentos, alta nas contas de energia elétrica e piora da qualidade do ar e da água, sobretudo em regiões vulneráveis como a Amazônia Legal e as periferias urbanas.
No campo, as alterações nos padrões de precipitação têm causado déficits hídricos que comprometem a agricultura, afetando culturas como soja e milho, o que contribui para a insegurança alimentar em várias cidades brasileiras. O aquecimento dos oceanos amplia esses efeitos, com tempestades intensas nas regiões costeiras e estiagens prolongadas no interior.
Na Amazônia Legal, pesquisas destacam que cerca de 65% dos moradores vivenciam ondas de calor frequentes e 30% enfrentam secas persistentes, incêndios florestais e piora ambiental que impactam sua rotina, saúde e produção alimentar. Essa população também sente o aumento da conta de energia elétrica e dos preços dos alimentos, evidenciando o custo social da crise climática.
Nas áreas urbanas, as periferias são as mais afetadas por ondas de calor e enchentes, com grandes impactos para os mais pobres, negros e comunidades tradicionais. Esses eventos perturbam o transporte, a moradia e o acesso a serviços básicos, podendo causar riscos à saúde pública. A instabilidade climática também eleva o uso de aparelhos de resfriamento, aumentando o consumo e o custo de energia, o que, em combinação com reservatórios hidrelétricos vulneráveis, pode provocar racionamento e apagões.
Em síntese, as mudanças climáticas alteram o cotidiano brasileiro ao aumentar a frequência e intensidade de desastres naturais, pressionar o sistema alimentar e de energia, e aprofundar desigualdades sociais, exigindo respostas integradas de políticas públicas para adaptação e mitigação.