MEIO AMBIENTE

Acordo de Paris Completa 10 Anos com Alerta por Metas Insuficientes

O Acordo de Paris, adotado em 2015 e completando 10 anos em 12 de dezembro de 2025, é celebrado como um marco da cooperação internacional contra as mudanças climáticas. No entanto, enfrenta alertas da ONU e especialistas devido às metas nacionais consideradas insuficientes para limitar o aquecimento global a 1,5°C.

Adotado por 195 países durante a COP21 e em vigor desde 2016, o acordo estabelece ciclos de cinco anos para que nações atualizem suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com foco na redução de emissões, adaptação e transição para a neutralidade de carbono. Antes da implementação do que viria a ser o Acordo de Paris, projeções climáticas indicavam um potencial aquecimento global de até 4°C; graças aos esforços realizados, a trajetória atual aponta para um aumento de cerca de 2,5°C. Contudo, esse cenário ainda está muito distante do objetivo inicial de 1,5°C.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) tem alertado que as emissões globais precisam cair 43% até 2030 para manter a meta viável, o que pressiona os países a apresentarem NDCs mais ambiciosas e a acelerarem a transição para economias de baixo carbono.

Na COP30, realizada em Belém, os países reconheceram a urgência da situação climática, mas o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizou que as ações tomadas até o momento ainda são insuficientes, mantendo os riscos elevados. A necessidade de ações concretas e eficazes para reverter a situação climática é mais premente do que nunca.

O embaixador André Corrêa do Lago, que preside a COP30, afirmou: “Há dez anos, a ação climática estava emperrada; o Acordo de Paris deu nova dinâmica, mas ainda há muito a ser feito”. Este testemunho reflete a percepção de que, apesar da celebração dos 10 anos do Acordo, ações efetivas são essenciais para assegurar um futuro sustentável.

Exemplos recentes de iniciativas incluem a França, que anunciou sua estratégia de neutralização de emissões até 2050, com a eliminação gradual da utilização de petróleo e gás como parte de seu compromisso climático. Tais medidas indicam a necessidade de uma virada significativa nas políticas energéticas globais e a busca por tecnologias avançadas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Especialistas do WRI Brasil destacam a importância de celebrar os avanços conquistados ao longo da última década, refletir sobre as falhas ocorridas e agir com liderança para reforçar os compromissos multilaterais. Apesar dos progressos visíveis, a ciência continua a reafirmar a necessidade de esforços urgentes para evitar cenários climáticos insustentáveis.

Estar ciente dos desafios e trabalhar coletivamente em busca de soluções sustentáveis é essencial para garantir que os objetivos do Acordo de Paris sejam alcançados de maneira eficaz, assegurando um futuro mais seguro e saudável para as próximas gerações.

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