ECONOMIA

México aprova aumento de tarifas sobre importações do Brasil e outros 8 países

O México aprovou um aumento significativo nas tarifas de importação que afetará não apenas o Brasil, mas também outros países como China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan. O novo pacote tarifário, que foi aprovado pelo Congresso mexicano, implica um aumento de pelo menos 35% em tarifas sobre aproximadamente 1,4 mil produtos, com impactos que devem começar a ser sentidos a partir de 1º de janeiro de 2026.

Para o Brasil, as tarifas sobre 232 produtos subirão, em média, de 16,1% para 33,8%, podendo alcançar até 50% em certas categorias. Essa decisão foi respaldada pela administração da presidente Claudia Sheinbaum, que argumenta que as novas tarifas são uma medida necessária para proteger a produção nacional diante de importações de baixo custo e práticas consideradas desleais.

Os setores que mais sofrerão impacto incluem a indústria automotiva, têxtil, eletrodomésticos, borracha, plásticos, máquinas, químicos e metalurgia. Esses setores têm expressiva importância dentro da economia dos países afetados e representam um elo vital nas cadeias produtivas regionais.

Em termos monetários, as exportações brasileiras para o México totalizaram cerca de US$ 11,7 bilhões em 2024, com aproximadamente US$ 1,7 bilhão — ou 14,7% — dessas exportações podendo ser afetadas pelas novas tarifas. Os veículos automotores, que são responsáveis por mais da metade do valor que pode ser impactado, permanecem como uma das principais commodities entre os dois países.

As associações industriais brasileiras, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), estão alarmadas com a decisão e já solicitaram a ampliação de acordos comerciais bilaterais a fim de preservar a competitividade das exportações brasileiras. A pressão para o aumento de tarifas reflete um ambiente comercial tenso, em parte devido ao interesse do México em limitar a entrada de produtos chineses por meio de seu território e negociar uma atualização do acordo comercial USMCA com os Estados Unidos.

Embora as novas tarifas estejam dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial do Comércio (OMC) e não alterem acordos comerciais preexistentes, elas têm o potencial de complicar a integração econômica na América Latina. Este movimento poderá também afetar as cadeias produtivas que são cruciais tanto para o Brasil quanto para o México, levantando preocupações quanto a futuras relações comerciais e a estabilidade econômica em um cenário global cada vez mais desafiador.

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