POLÍTICA

BRB Injetou R$ 16,7 Bilhões no Banco Master Entre 2024 e 2025; MP Vê Indícios de Gestão Fraudulenta

A operação financeira entre o BRB (Banco de Brasília) e o Banco Master revelou um esquema fraudulento que gerou investigações criminais e prisões. De acordo com informações coletadas pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF), o Banco Master, sob a direção de Daniel Vorcaro, conduziu operações que envolviam carteiras de crédito inexistentes.

O esquema funcionava assim: o Banco Master adquiriu carteiras de crédito de uma companhia chamada Tireno, a qual era dirigida por um ex-funcionário, mas não realizou o pagamento correspondente, uma vez que a existência desses créditos nunca foi verificada. Em seguida, essas mesmas carteiras fictícias foram revendidas ao BRB, resultando em uma transação que rendeu R$ 12,2 bilhões para o Banco Master.

Entre janeiro e maio de 2025, o BRB transferiu esses recursos para o Banco Master antes mesmo de formalizar a intenção de comprar a instituição. Posteriormente, entre maio e junho, o BRB recebeu mais R$ 4 bilhões em carteiras de crédito do Banco Master. Ao todo, R$ 16,7 bilhões foram injetados na instituição entre 2024 e 2025.

Investigadores alertaram que, ao analisar o negócio de compra do Banco Master pelo BRB, indícios de falsificação das carteiras de crédito vieram à tona, levando à rejeição da operação. A busca por justiça conduziu à investigação da PF e do MPF, que identificaram a possibilidade de participação consciente dos dirigentes do BRB no suposto esquema fraudulento criado por gestores do Banco Master.

A operação, denominada Compliance Zero, foi realizada em 18 de novembro de 2025, resultando na prisão de Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e no afastamento de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB. O MPF caracterizou essa operação como tendo ocorrido \”por pura camaradagem\” e como um esforço para \”abafar a fiscalização\” que estava sendo realizada pelo Banco Central.

Concurrentemente, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. Essa medida foi tomada menos de um dia após o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir a instituição, ressaltando a gravidade da situação.

Além do esquema de carteiras de crédito fraudulentas, o Banco Master também se envolveu na emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) que prometiam retornos de até 40% acima da taxa básica de mercado, movimentando cerca de R$ 12 bilhões. As fraudes totalizadas podem chegar a R$ 12 bilhões, segundo a estimativa do diretor da Polícia Federal.

Esse escândalo financeiro não apenas sinaliza uma falha nas regulamentações e supervisões bancárias, mas também coloca em evidência a necessidade de um sistema financeiro mais robusto que possa prevenir fraudes desse tipo no futuro. O caso do Banco Master é um lembrete contundente da importância da transparência e fiscalização nas operações bancárias, especialmente em contextos onde grandes ativos financeiros estão em jogo.

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