O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou seis policiais militares do Batalhão de Choque por crimes graves cometidos durante a Operação Contenção, realizada em 28 de outubro nos Complexos do Alemão e da Penha.
Os PMs foram acusados de **peculato e furto qualificado**. As investigações identificaram dois principais ilícitos:
**Subtração de fuzil:** Imagens das câmeras corporais (COPs) mostram policiais recolhendo um fuzil semelhante ao modelo AK-47 que estava escondido em uma residência onde cerca de 25 homens foram rendidos. Os agentes ocultaram a arma dentro de uma mochila e se afastaram dos responsáveis pela contabilização dos materiais apreendidos. O fuzil não foi registrado entre os itens oficialmente apreendidos ao final da operação.
**Furto de peças de veículo:** Os PMs também tentaram encobrir o roubo de peças de um Fiat Toro encontrado estacionado na Vila Cruzeiro, na Penha. Foram subtraídos o tampão do motor, o farol e as capas dos retrovisores do veículo que estava sendo desmanchado.
Um aspecto preocupante das denúncias envolve a **tentativa deliberada de obstruir as câmeras corporais**. Segundo o MPRJ, os policiais buscaram em diferentes momentos cobrir, retirar ou desviar o campo de visão dos equipamentos, além de tentar desligá-los. O Termo de Análise de Vídeo registrou esses episódios de manipulação direta com o objetivo de garantir a impunidade e comprometer o controle interno e externo da atividade policial, prejudicando a produção de provas e distorcendo a documentação das ações policiais.
A Operação Contenção, que visava desmantelar redes criminosas na região, recentemente se tornou alvo de investigação após o surgimento de denúncias sobre condutas inadequadas por parte dos policiais envolvidos. A repercussão dos eventos gera um debate significativo sobre a conduta das forças de segurança e a necessidade de supervisão adequada em operações policiais.
As consequências das ações dos PMs denunciados ainda estão em análise, mas a necessidade de prestação de contas e a integridade das operações policiais continuam a ser tópicos essenciais de discussão entre autoridades e sociedade civil. O MPRJ afirma que a transparência nesse tipo de operação é fundamental para o fortalecimento da confiança pública nas instituições.
Além das operações em questão, o caso ressalta a necessidade de monitoramento rigoroso das atividades policiais no estado e, consequentemente, a urgência na implementação de políticas que evitem situações de abuso de poder e corrupção dentro das forças armadas.
As autoridades competentes se manifestaram e esperam que as investigações sobre esses crimes possam levar a novas diretrizes para agir de maneira mais eficaz contra a corrupção e a impunidade dentro das estruturas policiais.
As denúncias contra os policiais são um chamado para o fortalecimento das práticas de supervisão e transparência nas operações realizadas pela polícia, destacando a importância de um sistema de justiça que responda rapidamente às ações irregulares, independentemente da posição ou função dos envolvidos.
