
O fenômeno do crime organizado na Venezuela tem se intensificado nas últimas duas décadas, com o surgimento de poderosas facções criminosas que operam tanto dentro quanto fora das prisões. Dentre elas, destaca-se o **Trem de Aragua**, que se tornou a facção mais violenta e influente do país, com seu líder, **Héctor Rustherford Guerrero Flores**, popularmente conhecido como **\”Niño Guerrero\”**.
„Niño Guerrero” é reconhecido como o principal comandante do Trem de Aragua, uma organização criminosa que inicialmente se formou dentro do sistema penitenciário e rapidamente se expandiu, adquirindo controle sobre diversas atividades ilegais na Venezuela e em outras partes da América Latina. Sua ascensão no crime está profundamente ligada à crise socioeconômica que o país enfrenta, que tem gerado um ambiente propício para práticas ilícitas e migrações em massa.
Héctor Guerrero possui um histórico criminal extenso; ele foi preso diversas vezes e já conseguiu escapar de custódia em duas ocasiões. As acusações que pesam sobre ele vão desde homicídio e tráfico de drogas até extorsão e roubos. Durante seu tempo no presídio de Tocorón, Guerrero não apenas manteve um luxuoso estilo de vida, como também continuou a emitir ordens e coordenar as operações da facção de sua cela, evidenciando o nível de influência que exerce sobre seus subordinados.
A facção sob sua liderança se destacou pelo uso de táticas brutais e pela expansão agressiva de suas operações. O Trem de Aragua está envolvido em diversas atividades criminosas, incluindo tráfico de armas, mineração ilegal e exploração de recursos naturais, principalmente na região do Aragua, onde tem controlado e intimidadas comunidades locais. Essa violência exacerbada resultou em um aumento significativo de criminalidade, fazendo com que diversas áreas na Venezuela se tornassem quase inabitáveis.
A notoriedade de Guerrero não se limita às fronteiras da Venezuela. O governo dos Estados Unidos incluiu seu nome na lista de criminosos mais procurados, oferecendo uma recompensa de 5 milhões de dólares por informações que levem à sua captura. Essa ação sublinha a preocupação internacional com o alcance do Trem de Aragua e suas conexões transnacionais, que incluem ligações com outras facções criminosas na América Latina, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) no Brasil.
Além de Guerrero, outros membros da cúpula do Trem de Aragua desempenham papéis cruciais na administração da facção. Entre eles, destaca-se **Yohan José Romero**, conhecido como **Johan Petrica**, que supervisiona as operações de mineração e a logística de fornecimento de armas; e **Giovanni Vicente Mosquera Serrano**, buscado pelos Estados Unidos por múltiplas acusações de crimes federais. Esses indivíduos, juntamente com Guerrero, formam um núcleo duro que assegura a continuidade das atividades ilícitas e o domínio territorial do grupo.
O impacto das atividades do Trem de Aragua tem sido devastador, afetando não somente a segurança pública na Venezuela, mas também repercutindo em outras nações do continente. O aumento da migração venezuelana e a busca por alternativas fora do país são, em parte, um reflexo da crescente influência dessas organizações criminosas, que desafiam a capacidade do Estado para oferecer segurança e justiça.
O caso do **\”Niño Guerrero\”** ilustra não apenas o estado do crime organizado na Venezuela, mas também as complexas dinâmicas que afetam a região. A busca por mecanismos eficazes para enfrentar essas organizações será fundamental para a estabilidade social e política nas próximas décadas.



