COTIDIANO

Andando em ciclos: O encontro com as sombras e a busca pela transformação

O artigo **\”Andando em ciclos – ao encontro das sombras\”**, publicado na coluna **Alegria no ar** do jornal **O Dia**, reflete sobre o processo de autoconhecimento e o enfrentamento da **sombra**, segundo a psicologia analítica de C.G. Jung. A obra destaca a diferença entre andar em ciclos e andar em círculos, um ponto crucial na compreensão da dinâmica da vida.

Enquanto andar em círculos indica um comportamento repetitivo e estagnado, andar em ciclos representa uma dinâmica natural, marcada por etapas e transformações necessárias ao longo da vida. Recentemente, a autora do artigo, ao completar 70 anos, sentiu a necessidade de fazer uma pausa para autoavaliação, retornando à terapia e à leitura. Este retorno a práticas reflexivas a levou a confrontar suas próprias “sombras”.

Na visão junguiana, a **sombra** é a parte oculta e reprimida da personalidade, que é composta por aspectos que o indivíduo se nega a reconhecer. Essa parte da psique pode conter tanto características negativas quanto potenciais positivos. Ignorar a sombra pode provocar sua projeção nos outros, criando conflitos e mal-entendidos, enquanto o enfrentamento dessa parte de si mesmo permite a integração de potenciais inexplorados, promovendo um crescimento psicológico e um equilíbrio emocional.

O artigo faz referência ao livro **\”Ao Encontro da Sombra\”**, organizado por Connie Zweig e Jeremiah Abrams, que traz uma compilação de pensamentos sobre a importância de abraçar a sombra. Um destaque do texto menciona que negar aspectos da realidade, como os ciclos naturais do tempo e do espaço, exige uma quantidade significativa de energia, que poderia ser melhor aproveitada em outras atividades construtivas.

Liz Greene, uma das autoras citadas, afirma que reconhecer a sombra não se resume apenas a admitir defeitos; trata-se também de perceber que não somos exatamente o que aparente ser. Tal descoberta pode ser desafiadora, especialmente com o passar dos anos, quando a vida nos apresenta a realidade de nossa maturidade e os aspectos que muitas vezes evitamos.

O encontro com a sombra é uma forma de autoconhecimento que exige coragem, mas que é fundamental para o desenvolvimento pessoal em qualquer fase da vida. O texto encoraja os leitores a não fugirem desse processo, enfatizando que o autoconhecimento e a aceitação das próprias sombras podem levar a um crescimento significativo, permitindo que cada indivíduo reconheça e integre as partes de si mesmo que estavam à sombra.

Em suma, a reflexão proposta no artigo ressoa com a ideia de que a vida é, de fato, um ciclo contínuo de aprendizados e transformações. Ao abraçar nossas sombras, conseguimos abrir espaço para novos começos e compreensões mais amplas sobre nós mesmos e sobre o mundo que nos cerca. O processo, embora desafiador, é essencial para um desenvolvimento mais completo e harmonioso dentro de cada indivíduo.

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