
A Câmara de Comércio Exterior (Camex), através de seu Comitê Executivo de Gestão (Gecex), aprovou na quinta-feira, 27 de novembro de 2025, um novo mecanismo que autoriza as companhias aéreas brasileiras a financiarem a compra de querosene de aviação (QAV) com cobertura do Fundo de Garantia às Exportações (FGE).
O mecanismo aprovado viabiliza acesso a até R$ 2 bilhões em operações garantidas pelo fundo, permitindo que as companhias aéreas obtenham crédito com juros menores em comparação aos financiamentos convencionais. A decisão foi considerada inovadora pelos órgãos envolvidos na sua construção.
Em troca de ter acesso à garantia do FGE, as companhias aéreas terão de estimular o desenvolvimento do mercado de Combustível Sustentável de Aviação (SAF) no Brasil. As empresas podem cumprir essa contrapartida de três maneiras:
- Comprar combustível sustentável de aviação produzido nacionalmente;
- Investir em fábricas nacionais de produção de SAF;
- Fazer aportes no Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), em projetos relacionados ao SAF.
A medida tende a beneficiar diretamente a Azul, que apresentou à justiça dos Estados Unidos um plano de recuperação judicial e busca comprovar maior solidez financeira para viabilizar sua homologação. O novo mecanismo funcionará como um reforço imediato ao caixa da companhia, operando como capital de giro voltado à compra de combustível.
Segundo informações apuradas, a proposta foi apresentada exclusivamente pela Azul, e outras companhias como Gol, Latam e a Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) não participaram das discussões.
Antes da aprovação do Gecex, o Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig) já havia autorizado, em maio de 2025, a aplicação do FGE para reduzir o custo do QAV, abrindo caminho para a decisão final.

