
O governo brasileiro projeta uma desaceleração mais acentuada do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2025, com o crescimento revisado para 2,2%, e uma inflação que continuará acima do teto da meta, mesmo com a manutenção de uma política de juros altos. A taxa Selic, atualmente fixada em 15%, não tem mostrado eficácia na contenção da inflação, que deve encerrar o ano em torno de 4,6%, superando o limite de 4,5% estabelecido pelo Banco Central.
Os juros elevados impactam negativamente o ritmo da atividade econômica, levando a uma clara desaceleração já observada no terceiro trimestre de 2025. O mercado de crédito está mais restrito, e o consumo interno perdeu fôlego, refletindo em uma expansão modesta do PIB, que foi reavaliada para 2,2%, em comparação ao crescimento anterior de 2,3%. Para o ano de 2026, as previsões indicam uma desaceleração ainda maior, com crescimento projetado entre 1,5% a 2,4%, dependendo da fonte, mantendo a política monetária restritiva e uma inflação levemente inferior, em torno de 4,3% a 4,8%.
A estratégia de elevar a taxa de juros, adotada para combater a inflação, apresenta um efeito recessivo sobre o crescimento econômico. Este dilema se torna evidente ao analisar a luta do governo para encontrar um equilíbrio entre o controle inflacionário e a promoção do crescimento sustentável da economia.
De acordo com dados coletados, a projeção de crescimento do PIB em 2025 sofreu uma diminuição significativa, passando de 2,3% para 2,2%. A expectativa de inflação continua a ser uma preocupação premente, com estimativas apontando para uma taxa de 4,6%, o que ultrapassa a meta estipulada, gerando um cenário de incerteza econômica.
A elevada taxa de juros, estabelecida para desacelerar a inflação, tem se mostrado inadequada, uma vez que as expectativas de inflação continuam a figurar acima da meta. No entanto, especialistas assinalam que a continuidade dos juros altos pode prolongar o ciclo de desaceleração do PIB, estando atenta às interações entre consumo, investimento e crédito.
Com a situação atual, o mercado de crédito é um dos mais afetados. A restrição ao acesso ao crédito tem gerado consequências diretas no consumo das famílias, diminuindo o poder de compra do consumidor. Em virtude disso, muitos setores da economia enfrentam dificuldade em manter os níveis de investimento necessários para um crescimento robusto.
O cenário é desafiador, pois o governo deve lidar com a pressão inflacionária enquanto busca medidas que possam reverter a desaceleração econômica. A combinação de juros altos, um crédito cada vez mais restrito e o aumento do custo de vida dificultam a recuperação plena do PIB, evidenciando a fragilidade da situação econômica atual.
O Banco Central e a Fazenda parecem estar cientes dessa realidade, encontrando-se num dilema ao pretender conduzir a política monetária de modo que possa estabilizar tanto a inflação quanto o crescimento econômico. As revisões das projeções tanto para o PIB como para a inflação indicam que a trajetória a ser seguida ainda é incerta e repleta de desafios.
Em suma, o Brasil enfrenta uma encruzilhada econômica, onde a alta dos juros é vista como um remédio para a inflação, mas suas consequências sobre a desaceleração do PIB levantam questionamentos significativos sobre a eficácia de tal estratégia. O governo e as instituições financeiras seguem acompanhando de perto esses desenvolvimentos, cientes de que a recuperação econômica em um horizonte não muito distante dependerá de decisões sábias e bem fundamentadas.



