
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), gerou polêmica ao publicar nas redes sociais um vídeo em que aparece soltando um rojão para ironizar o Partido dos Trabalhadores (PT). A gravação foi feita na residência do político em Belo Horizonte e faz referência a um meme que associa fogos à frase \”fico triste com uma notícia dessas\”.
A atitude questionada coincidiu com uma celebração de Zema pela derrota do PT em um processo judicial movido contra ele. O governador havia sido alvo da ação após afirmar que o partido tinha participação nas fraudes do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e classificou a reação da legenda como \”censura\” ao comemorar a vitória nos tribunais com o rojão.
A polêmica ganhou destaque porque Belo Horizonte possui uma lei municipal de 2022 que proíbe a queima de fogos de artifício com estampido. A Lei Municipal 11.400/2022 veda o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de estampido e de artifício na capital mineira. O descumprimento da norma está sujeito a multas que variam entre R$ 100 pelo uso isolado até R$ 20 mil quando a soltura ocorre em conjunto ou em eventos organizados com cobrança de ingressos.
Após as críticas pelo uso dos fogos, Zema afirmou em outra rede social que \”respeitando a Lei 11.400/2022, o ruído dos fogos foi adicionado em edição\”, alegando que o som foi incluído posteriormente durante a edição do vídeo e não durante a gravação original.
A situação suscitou um debate sobre a responsabilidade dos líderes políticos em respeitar as legislações locais, além de levantarem questões sobre a moralidade e a ética em suas ações públicas. O incidente também evidenciou a tensão entre Zema e o PT, um embate que tem se intensificado nos últimos anos em Minas Gerais, refletindo uma polarização política que abrange não apenas o estado, mas todo o país.
As críticas ao governador não se limitaram a eleitores da oposição, mas também partiram de defensores de uma causa ambiental e de proteção ao bem-estar animal, que argumentam que a utilização de fogos com barulho prejudica não apenas os animais, mas também pessoas com sensibilidades auditivas, como autistas e idosos. A promoção de uma legislação mais rigorosa sobre o controle do uso de fogos de artifício é vista como uma prioridade por esses grupos, especialmente em tempos de crescente conscientização ambiental.
Além disso, vários legisladores que apoiam a proibição dos fogos de artifício com ruído ressaltam a importância da aplicação efetiva da Lei Municipal 11.400/2022, destacando que o cumprimento das dificuldades atuais em Belo Horizonte demandará um esforço conjunto do poder público e da população. O caso de Zema, portanto, representa um ponto de inflexão na discussão sobre o respeito às leis e à moral política no estado.
Em resposta à polêmica e ao volume de críticas que emergiram, analistas políticos consideram que as ações de Zema podem ser interpretadas como um movimento arriscado para angariar apoio entre seus bases, mas que também deixam claro que a política ainda é um campo de batalha repleto de interpretações subjetivas e de estratégias de comunicação.
Com o crescente nível de contestação e a relevância do debate, o cenário político em Minas Gerais continua dinâmico, refletindo as complexidades de uma sociedade que vive um momento decisivo em sua história. Os olhos da população e da mídia estão fixos nas próximas movimentações do governador e nas repercussões de suas ações em respeito à legislação vigente.



