
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (3) uma operação de busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba, local onde se originou a Operação Lava Jato. A ação foi cumprida pela Polícia Federal (PF) e tem como objetivo garantir o acesso integral ao conjunto de documentos e registros solicitados pelo STF, que ainda não haviam sido encaminhados à Corte.
A diligência faz parte de um inquérito sigiloso aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), após investigações apontarem a necessidade de aprofundar apurações sobre declarações do empresário e ex-deputado estadual do Paraná Antônio Celso Garcia, conhecido como Tony Garcia. Ele acusa o senador Sérgio Moro, antigo juiz da Vara da Lava Jato, de tê-lo orientado a realizar gravações ilegais de autoridades como parte de um acordo de colaboração premiada firmado em 2004, no caso Banestado.
A operação recolheu arquivos referentes a 18 processos judiciais do período de 2005 a 2014, incluindo inquéritos policiais, acordos de colaboração premiada, mídias e caixas de arquivo. Toffoli destacou a importância de apreender uma caixa amarela de arquivos, onde, segundo Garcia, estariam as gravações ilegais.
Moro nega as acusações e classifica os relatos como “fantasiosos” e “mentirosos”. A Justiça Federal do Paraná não se manifestou sobre a operação.
Essas iniciativas decorrem do cenário em que a Operação Lava Jato desempenhou um papel fundamental na política brasileira, desmantelando esquemas de corrupção que envolviam grandes empresas e figuras proeminentes do país. A ação da PF nesta operação demonstrou a continuidade das investigações e o compromisso das autoridades em verificar alegações de corrupção e abuso de poder.
Conforme informações adicionais, a busca e apreensão na 13ª Vara Federal foram coordenadas pela PF sob a supervisão do ministro Toffoli, que ressalta a importância do processo judicial em garantir a transparência e a justiça nas investigações em andamento.
A operação provoca novamente debates sobre os procedimentos legais seguidos pelo Judiciário e pela PF, além de reacender discussões sobre o papel do ex-juiz Moro na Lava Jato, principalmente à luz das novas alegações apresentadas por Garcia.
A Procuradoria-Geral da República não comentou sobre o andamento das apurações, mantendo o sigilo do inquérito. A expectativa é que os documentos apreendidos possam contribuir para elucidar as denúncias e as práticas que ocorreram durante o período em que a Lava Jato estava em pleno andamento.
Além disso, a nova ação traz à tona questões de responsabilidade e integridade no sistema judiciário brasileiro, ao enfatizar a necessidade de investigação contínua para assegurar que todos os envolvidos em atividades ilícitas sejam responsabilizados, independentemente de sua posição ou influência.
Os desdobramentos dessa operação, bem como a resposta do ex-juiz Moro, seguirão sendo acompanhados de perto, à medida que o cenário judicial se desenvolve e mais informações surgem sobre a relação entre os acusadores e os acusados no contexto da Lava Jato.



