
Novas pesquisas revelam uma realidade alarmante: quase 50% das mulheres brasileiras relataram ter sofrido desrespeito ou violência. Dados da 5ª edição da pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil” indicam que, em 2024 e 2025, as situações mais comuns de assédio ocorrem em locais públicos, incluindo ruas, transporte público e ambientes de trabalho.
De acordo com a pesquisa, em 2024, 50% das mulheres brasileiras afirmaram ter sido vítimas de assédio. A pesquisa identificou que 41% dos casos ocorreram nas ruas, 15% durante o uso do transporte público, e 21% no ambiente de trabalho. Esses números destacam a vulnerabilidade enfrentada pelas mulheres em diversos contextos do cotidiano.
Além do assédio, a violência doméstica também é uma preocupação significativa. A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, realizada em 2025, revelou que 27% das mulheres experimentaram algum tipo de violência doméstica ou familiar ao longo de suas vidas. Acrescentou-se que 34% das mulheres relataram ter enfrentado violência, que pode ser física, moral, psicológica, patrimonial, sexual ou digital, nos últimos 12 meses.
A violência psicológica se destaca como uma das formas mais comuns de agressão, atingindo 88% das mulheres em algum momento de suas vidas. Este tipo de violência, que muitas vezes é invisível, pode ter efeitos duradouros e prejudiciais à saúde mental das vítimas.
Entretanto, a subnotificação desses casos ainda é um problema significativo no Brasil. Muitas mulheres optam por buscar apoio inicialmente em suas redes familiares, com cerca de 70% relatando que procuram ajuda nas famílias antes de considerar a denúncia formal. Somente cerca de 30% dirigem-se diretamente às delegacias para registrar suas queixas.
Outro aspecto preocupante, revelado pela pesquisa, é a percepção da sociedade sobre a questão de gênero. Em 2025, 94% das mulheres brasileiras reconheceram que vivem em um país machista, o que foi mantido em relação ao ano anterior. Este reconhecimento reflete a persistência da desigualdade e a cultura de desrespeito que permeia a sociedade brasileira.
Caso a situação não melhore, a continuidade da violência contra as mulheres segue como uma questão grave e urgente. A busca por serviços de denúncia e acolhimento, como o Ligue 180, tem apresentado um aumento significativo. Essas iniciativas são vitais para oferecer suporte e assistência às mulheres que buscam ajuda.
Em uma análise mais ampla, embora os percentuais de violência possam variar dependendo de sua natureza e da metodologia da pesquisa, é possível afirmar que quase metade das mulheres brasileiras relatam experiências de desrespeito e violência. Isso evidencia a necessidade urgente de políticas públicas eficazes e ações de conscientização que combatam a violência de gênero e promovam um ambiente seguro e respeitoso para todas as mulheres.
A realidade enfrentada pelas mulheres no Brasil é um reflexo de questões sociais profundas que demandam atenção e ação imediata da sociedade e do Estado. O compromisso coletivo é essencial para mudar essa narrativa e garantir que todas as mulheres vivam em um ambiente sem violência e desrespeito.



