
A produção de resíduos sólidos no Brasil cresceu em 2024, atingindo cerca de 81 milhões de toneladas, o que representa 382 quilos de resíduos por habitante ao ano. Embora esse aumento imponha desafios ambientais, houve melhora na destinação adequada desses resíduos, com 58,5% deles sendo encaminhados corretamente para tratamento ou disposição final ambientalmente adequada, segundo dados do Panorama dos Resíduos Sólidos de 2024 da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema).
No entanto, ainda permanece uma parcela significativa — 41% dos resíduos — que receberam destinação inadequada, indo para lixões, aterros irregulares, valas ou descartes em corpos d’água, o que impacta negativamente a saúde pública e o meio ambiente. Há avanços na gestão: a reciclagem passou de 4% em 2022 para 8,3% em 2023, considerando dados formais e o trabalho informal dos catadores, reforçando a importância do setor informal para a economia circular e ambiental no país.
Além disso, 60,5% dos municípios brasileiros contam com sistemas de coleta seletiva, embora essa cobertura seja desigual por região, sendo a Região Sul a mais avançada e a Região Norte a menos atendida. A coleta direta de lixo alcançou 86,9% dos domicílios em 2024, com cobertura muito menor em áreas rurais (33,1%).
Esses indicadores indicam que, apesar do crescimento na produção de resíduos, o aumento da reciclagem e melhorias na coleta seletiva apontam para avanços importantes na gestão ambiental, embora o país ainda enfrente desafios para alcançar a total adequação da destinação final dos resíduos e cumprir metas da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
O contexto atual revela que a mobilização em torno da sustentabilidade e da conscientização ambiental tende a aumentar, impulsionando políticas públicas e ações em nível local que fomentem uma melhor gestão dos resíduos. A participação da sociedade civil e a colaboração com entidades governamentais são cruciais para superar os obstáculos existentes e avançar em direção a um futuro mais sustentável.
Com o panorama em evolução, é essencial que o Brasil siga investindo em tecnologia e inovação para a gestão de resíduos, além de promover campanhas educativas que incentivem a redução e a reciclagem. Tais medidas não apenas reduzirão a quantidade de resíduos gerados, mas também contribuirão para a saúde ambiental e o bem-estar da população.
Em conclusão, o crescimento na produção de resíduos em 2024 é um desafio que o Brasil deve enfrentar com seriedade, aproveitando as melhorias já alcançadas na destinação adequada e na reciclagem. Apenas com uma abordagem integrada e um comprometimento contínuo da sociedade será possível garantir um futuro mais limpo e sustentável para as próximas gerações.



