
Após o leilão realizado em dezembro de 2025 pela Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), a Petrobras desembolsará R$ 6,97 bilhões para ampliar sua participação nos campos do pré-sal de Mero e Atapu, localizados na Bacia de Santos. Esta iniciativa marca um passo significativo na estratégia de crescimento e reposição de reservas da estatal no setor de petróleo e gás.
Com a transação, a Petrobras verá sua parte em Mero aumentar de 38,60% para 41,40%, enquanto sua participação em Atapu passará de 65,687% para 66,38%. A assinatura dos contratos referentes a este leilão está prevista para ocorrer até março de 2026, solidificando ainda mais a posição da estatal nestas áreas estratégicas.
O leilão, que gerou uma arrecadação total de R$ 8,8 bilhões para o governo, foi efetuado com base na Lei nº 15.164/2025. Essa legislação permite a União alienar direitos e obrigações nas áreas não contratadas do pré-sal. Neste caso, as participações foram arrematadas sem concorrência, resultando em uma distribuição de 80% para a Petrobras e 20% para a Shell em Mero, além de 73,24% para a Petrobras e 26,76% para a Shell em Atapu.
A ampliação da participação da Petrobras em campos do pré-sal está em linha com a sua estratégia para a reposição de reservas de óleo e gás, conforme estipulado no Plano de Negócios 2026-2030. A companhia busca garantir volumes produtivos dentro das margens previstas, reforçando sua presença em áreas de alta produtividade, o que é considerado essencial para a resiliência econômica e ambiental da empresa.
A previsão é que a produção em Mero supere 650 mil barris por dia até 2026, impulsionada pela introdução de novas unidades flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento (FPSOs) e investimentos adicionais em infraestrutura. Este aumento na produção não apenas aliviará a pressão sobre a oferta, mas também poderá trazer benefícios econômicos significativos para a empresa e para o país.
No entanto, o leilão e a movimentação da Petrobras não estão isentos de críticas. Especialistas e analistas externos apontam que essa estratégia ignora as tendências globais em direção à transição energética e às crescentes demandas por uma redução na exploração de petróleo, um fator que poderia complicar o cenário futuro da energia no Brasil e no mundo. A discussão sobre o equilíbrio entre a continuidade da exploração de combustíveis fósseis e a necessidade de uma transição para fontes de energia mais sustentáveis permanece em pauta.
Em suma, a decisão da Petrobras de investir pesadamente em áreas do pré-sal reflete tanto um compromisso com o aumento da produção de petróleo quanto a necessidade de assegurar a sustentabilidade econômica em um ambiente energético em rápida mudança. Com a assinatura dos contratos e a implementação do plano, a empresa espera consolidar sua posição como um dos principais protagonistas no setor energético brasileiro para os próximos anos.



