
A economia brasileira está passando por um processo de desaceleração em 2025, com projeções de crescimento do PIB entre 2,2% e 2,5% para o ano, o menor índice em cinco anos. Esse cenário é resultado de uma combinação de fatores internos e externos, que afetam tanto o crescimento quanto a inflação e o mercado de trabalho.
Principais causas da desaceleração
1. Juros altos e política monetária restritiva
A taxa Selic está em patamares elevados (14,25% a 15% ao ano), o que encarece o crédito e limita o consumo e os investimentos. O aperto monetário afeta principalmente setores sensíveis ao crédito, como construção civil e indústria de transformação. O investimento deve crescer menos em 2025 do que em 2024, refletindo o impacto defasado das altas de juros.
2. Inflação persistente
A inflação continua acima da meta de 3%, com projeções em torno de 4,4% para 2025 e 4% para 2026. O setor de serviços é o principal impulsionador da inflação, dificultando a redução dos juros. A alta da inflação e a incerteza sobre sua trajetória levam o Banco Central a manter juros elevados por mais tempo.
3. Redução do estímulo fiscal
O governo está contendo gastos, com o consumo do governo caindo 0,6% no segundo trimestre de 2025. O impulso fiscal para 2025 é menor do que nos anos anteriores, o que limita o crescimento.
4. Queda nos preços das commodities
Os preços de commodities importantes para o Brasil, como petróleo, soja e milho, estão em queda. Isso reduz o fluxo de renda para o país e afeta a arrecadação de impostos, especialmente com o Brasil sendo um grande exportador de petróleo.
5. Cenário externo e política comercial dos EUA
A nova política comercial dos Estados Unidos, incluindo tarifas extras sobre produtos brasileiros, inibe investimentos e afeta as exportações. A incerteza global e a volatilidade das políticas tarifárias desestimulam decisões de investimento.
6. Desempenho do setor agropecuário
O setor agropecuário, que teve crescimento expressivo em 2024, apresenta retração em 2025, contribuindo para a desaceleração do PIB.
Efeitos atuais da desaceleração
– Redução da confiança: Empresários e consumidores estão menos otimistas, o que afeta decisões de consumo e investimento.
– Desaceleração do mercado de trabalho: Embora o mercado de trabalho ainda esteja aquecido, há sinais de aumento da taxa de desemprego e desaceleração na criação de empregos formais.
– Pressão sobre empresas: As empresas enfrentam custos mais altos, devido à carga tributária, salários e câmbio depreciado, o que afeta a margem de lucro e a capacidade de investimento.
– Menor crescimento do crédito: O crédito caro limita o acesso ao financiamento, especialmente para pequenas e médias empresas.
Projeção de alta do PIB em 2025
A maioria dos institutos projeta crescimento do PIB entre 2,2% e 2,5% em 2025, com o Banco Mundial prevendo 2,4% para 2025 e 2,2% para 2026. Esse ritmo de crescimento é considerado modesto e reflete a combinação de fatores restritivos, como juros altos, inflação persistente e menor impulso fiscal.
Conclusão
A desaceleração da economia brasileira em 2025 é resultado de um cenário de juros altos, inflação persistente, menor estímulo fiscal, queda nos preços das commodities e incertezas externas. Esses fatores afetam o consumo, os investimentos e o mercado de trabalho, limitando o crescimento do PIB e exigindo ajustes nas expectativas econômicas para os próximos anos.



