
O Ministério Público da Paraíba (MPPB) protocolou uma denúncia contra o influenciador Hytalo Santos, conhecido como Hitalo José Santos Silva, e seu marido, Israel Nata Vicente, também chamado de Euro, por vários crimes graves, incluindo tráfico de pessoas para exploração sexual e produção de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. A denúncia foi apresentada no dia 15 de setembro de 2025 e revela uma série de práticas ilícitas com um esquema elaborado de aliciamento de adolescentes vulneráveis, principalmente da cidade de Cajazeiras, no estado da Paraíba.
De acordo com as informações do MPPB, o casal prometia fama, moradia e benefícios financeiros, mas utilizava métodos coercitivos para controlar suas vítimas. Esses métodos incluíam o isolamento familiar, a imposição de rotinas rigorosas, procedimentos estéticos sexualizados, tatuagens, privação de sono e coerção psicológica. Além disso, as vítimas eram forçadas a produzir conteúdos sexualizados que eram monetizados em diversas plataformas de redes sociais.
A gravidade das acusações é amplificada pela ação do Ministério Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB), que também ingressou com uma ação, no dia 25 de setembro, relacionada a casos de trabalho em condições análogas à escravidão. Segundo o MPT, dezenas de vítimas, incluindo crianças, estavam sob o controle total do casal, que se valia da falta de pagamento e de vigilância constante. A instituição alega, ainda, que alguns pais das vítimas foram responsabilizados por entregarem seus filhos ao casal em troca de benefícios.
Desde agosto de 2025, Hytalo Santos e Israel Nata Vicente estão presos preventivamente em João Pessoa, após uma denúncia inicial que surgiu de um vídeo publicado pelo youtuber Felca. O caso tramita em segredo de justiça na 2ª Vara Mista de Bayeux, na Paraíba. O MPPB e o MPT pleiteiam indenizações que variam de R$ 10 a R$ 12 milhões, bem como valores individuais que podem alcançar até R$ 5 milhões por cada vítima. Além disso, há pedidos para que as vítimas recebam atendimento médico e psicológico.
Numa demonstração de defesa, Hytalo Santos alegou que se sentia constrangido por “ter feito muito pelas crianças”, descrevendo os vídeos como uma simples exposição de rotinas e coreografias do estilo brega funk. Contudo, a defesa do casal não respondeu aos contatos da imprensa em busca de mais esclarecimentos sobre as acusações.
Neste momento, as defesas têm um prazo estipulado para se manifestar antes que a Justiça tome uma decisão sobre a aceitação formal das acusações apresentadas. As penas, caso os acusados sejam julgados e considerados culpados, podem superar 28 anos de prisão, considerando os agravantes envolvidos nas acusações.
A denúncia do MPPB e do MPT ressalta a importância de uma atuação firme contra o tráfico de pessoas e a exploração sexual, que constituem crimes inaceitáveis e que exigem uma resposta contundente da sociedade e do sistema judicial.



