COTIDIANO

Moradores de São Paulo enfrentam dois dias sem energia e protestam contra a Enel

Uma ventania intensa, associada a um ciclone extratropical, deixou mais de 2,2 milhões de clientes sem energia elétrica em São Paulo. Neste cenário, moradores de diversos bairros da capital paulista e região metropolitana enfrentam dois dias sem eletricidade, buscando alternativas para adaptar suas rotinas diárias e expressando sua indignação por meio de protestos.

O apagão, que começou após o fenômeno climático, causou danos significativos à rede elétrica, resultando não apenas em prejuízos financeiros, mas também em sérias dificuldades para a população. De acordo com boletins da concessionária Enel, mais de 700 mil imóveis ainda estavam sem luz até a manhã desta sexta-feira, com o número de clientes afetados tendo se reduzido lentamente.

Os impactos da falta de energia elétrica são amplos. Serviços essenciais, como hospitais, tiveram que reorganizar atendimentos, enquanto semáforos apagados contribuíram para a lentidão no trânsito. O comércio paulista, por sua vez, já contabiliza perdas estimadas em aproximadamente R$ 1,5 bilhão devido à suspensão das atividades.

Na tentativa de lidar com as dificuldades, os moradores têm se adaptado de diversas maneiras. O uso de geradores tornou-se uma prática comum, assim como a compra de gelo para preservar alimentos. Muitos têm recorrido a turnos noturnos para carregar celulares e manter algum contato com o mundo externo. A situação gerou um aumento de filas em pontos de venda de gelo e geradores, evidenciando a urgência das necessidades diárias sem eletricidade.

Em resposta à grave situação, grupos de moradores têm se organizado em manifestações em frente às unidades da Enel e em locais estratégicos na cidade, exigindo explicações sobre a demora na restauração do fornecimento de energia. A situação se torna ainda mais tensa com as cobranças das autoridades locais, que pedem um cronograma de recuperação e responsabilização da empresa。

As pressões aumentam, especialmente após declarações do prefeito de São Paulo, que defendeu a possibilidade de intervenção federal na Enel caso a situação não seja normalizada rapidamente. O governo estadual e órgãos de defesa do consumidor também fazem pressão, buscando medidas que garantam a rápida recuperação do serviço e maior transparência por parte da concessionária.

A Enel, por sua vez, informou que a recuperação da rede elétrica afetada exige a reconstrução de trechos danificados, mas não trouxe um prazo definitivo para a normalização do serviço em todas as áreas. A concessionária emitiu boletins atualizados, mas a falta de informações claras gera ainda mais insatisfação entre os afetados.

Especialistas alertam que os eventos climáticos extremos, como o ciclone que provocou o apagão, expõem a fragilidade da infraestrutura elétrica urbana em São Paulo. A situação reacende o debate sobre a necessidade de investimentos em redes elétricas mais resilientes, que incluam opções para o desenvolvimento de redes subterrâneas e soluções de geração distribuída.

Enquanto isso, os moradores continuam a mobilizar-se em busca de soluções. A resiliência demonstrada por muitos destaca o potencial da população em enfrentar dificuldades, mesmo em tempos de crise. O futuro da infraestrutura elétrica e as responsabilidades das concessionárias permanecem em pauta, revelando a urgência de mudanças que assegurem maior segurança e confiabilidade no serviço elétrico.

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