POLÍTICA

Jornalistas Realizam Protesto Contra Censura e Agressões na Câmara dos Deputados

Jornalistas realizaram um ato na Câmara dos Deputados na quarta-feira, 10 de dezembro de 2025, para protestar contra a censura e as agressões sofridas durante uma sessão no dia anterior. No episódio denunciado, a Polícia Legislativa da Câmara retirou jornalistas, fotógrafos, cinegrafistas e assessores de imprensa à força do plenário, enquanto o sinal da TV Câmara foi cortado, impedindo a cobertura ao vivo da sessão. Muitos profissionais relataram agressões físicas, como puxões, cotoveladas e empurrões, que exigiram atendimento médico para alguns.

O ato foi motivado pela censura e repressão ocorridas durante a tentativa de retirada do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) da cadeira da presidência da Casa, um evento marcado por tensões políticas relacionadas a votações importantes na Câmara. A Associação Brasileira de Imprensa, Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e outras entidades repudiaram publicamente o cerceamento da liberdade de imprensa e anunciaram ações judiciais contra o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que enviou apenas uma assessora para tratar do caso com a imprensa e afirmou que apuraria os excessos.

O protesto dos jornalistas buscou denunciar tanto a censura explícita — exemplificada pelo corte da transmissão e a expulsão da imprensa — quanto a violência física e o cerceamento do direito de informar à sociedade, reforçando a gravidade do episódio no contexto do funcionamento da democracia na Câmara dos Deputados.

Organizações de defesa da liberdade de expressão se uniram ao protesto, destacando a importância de um ambiente de imprensa livre e seguro para a sociedade. \”O ataque ao jornalista é um ataque à democracia. Sem uma imprensa livre, não há como garantir a transparência e a responsabilidade nas ações do governo e do legislativo\”, declarou um dos representantes da Fenaj durante o ato.

As repercussões do evento reafirmaram a necessidade de um diálogo mais aberto entre a imprensa e as autoridades, principalmente em um momento em que o país navega por um cenário político conturbado. A manifestação não apenas chamou atenção para as preocupações com a violência contra jornalistas, mas também para o papel vital da mídia em informar o público sobre questões de interesse coletivo, especialmente em tempos de crise.

As vozes unidas dos profissionais de comunicação na Câmara foram um lembrete da resiliência da imprensa e da necessidade de apoio institucional para garantir que casos semelhantes não voltem a ocorrer. A censura e a violência não devem ser aceitas como parte do cotidiano dos jornalistas e a luta pela liberdade de expressão permanecerá um tema central no debate político brasileiro.

Em resposta aos eventos, muitos cidadãos e organizações civis expressaram seu apoio aos jornalistas, evidenciando a solidariedade em defesa da liberdade de informação. Essa mobilização coletiva traz à tona a responsabilidade da sociedade em garantir que a liberdade de expressão não seja apenas um direito teórico, mas uma realidade prática, acessível a todos.

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