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Apps de Transporte Devem Garantir Acessibilidade para Cadeirantes

Em uma iniciativa significativa para a inclusão e a dignidade das pessoas com deficiência, aplicativos de transporte no Distrito Federal deverão garantir a acessibilidade para cadeirantes. Essa medida foi formalizada através de um Projeto de Lei aprovado pela Câmara Legislativa do Distrito Federal em 3 de dezembro de 2025, que exige que as plataformas de transporte ofereçam uma opção específica para passageiros que utilizam cadeiras de rodas ou têm dificuldades de mobilidade física.

De acordo com a nova legislação, os aplicativos também precisarão disponibilizar um canal para que os usuários possam denunciar motoristas que se recusem a realizar corridas com passageiros cadeirantes. O não cumprimento dessas diretrizes resultará em penalidades para as empresas de transporte e motoristas, incluindo advertências, suspensão do serviço e multas que variam de R$ 5 mil, corrigidas anualmente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Além disso, os motoristas infratores poderão ser excluídos das plataformas. Essas multas serão destinadas ao Fundo de Defesa dos Direitos do Consumidor do Distrito Federal, e as penalidades poderão ser aplicadas cumulativamente, dependendo da gravidade da infração.

O autor do projeto, deputado Robério Negreiro (PSD), destacou que o objetivo da lei é combater atitudes discriminatórias e abusivas, como a recusa de transporte, atrasos intencionais e cancelamentos frequentes por parte dos motoristas. Tais práticas violam os direitos das pessoas com deficiência e comprometem sua dignidade humana. A nova legislação vem como uma resposta à crescente demanda por acessibilidade no transporte público e privado, refletindo um compromisso social em promover a igualdade.

Além da regulamentação, já existem aplicativos adaptados que atendem a pessoas com mobilidade reduzida. Essas plataformas incluem recursos como comandos de voz e assistência na entrada e saída dos veículos, buscando tornar o transporte inclusivo e acessível. Iniciativas como essas demonstram a necessidade de uma mudança de paradigma, onde a tecnologia deve ser aliada da mobilidade e inclusão.

As empresas de transporte eletrônicas têm se esforçado para incluir ou adaptar seus serviços para atender a este público. A Uber, por exemplo, possui políticas que permitem que cadeiras de rodas, andadores e outros dispositivos de mobilidade sejam utilizados durante as viagens, além de oferecer uma opção de transporte específico para deficientes (comunicação acessível). No entanto, a efetividade dessas medidas e a adesão por parte dos motoristas ainda são questionáveis e requerem vigilância constante.

O papel da sociedade civil e de organizações que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência será fundamental na fiscalização da aplicação efetiva dessa nova legislação. Canais de denúncia e a conscientização sobre os direitos dos usuários com mobilidade reduzida são ferramentas essenciais para garantir que a lei não apenas exista no papel, mas se transforme em realidade nas ruas.

Adicionalmente, o impacto dessa regulamentação pode reverberar além do Distrito Federal. Outras cidades e estados podem se inspirar neste modelo para implementar suas próprias legislações que garantam a acessibilidade nos transportes públicos e privados. O objetivo é criar um ambiente de respeito e inclusão que possibilite a todos, independentemente de sua condição física, o direito de se deslocar de maneira digna e segura.

O fortalecimento da acessibilidade em aplicativos de transporte é, assim, um passo importante para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as pessoas tenham a liberdade de ir e vir sem barreiras. É preciso que a legislação, acompanhada de conscientização e respeito, promova mudanças duradouras nas práticas de transporte, assegurando que direitos básicos sejam respeitados e garantidos em todos os âmbitos da vida social.

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