
O deputado federal Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, foi retirado à força da cadeira da presidência da Câmara dos Deputados na tarde de terça-feira, 9 de dezembro de 2025. A ação ocorreu após o parlamentar ocupar a mesa diretora como forma de protesto contra a inclusão de seu pedido de cassação na pauta de votação. Braga estava sentado na cadeira do presidente da Casa, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, quando foi removido por policiais legislativos.
A ocupação da mesa foi caracterizada por Hugo Motta como um desrespeito à Câmara dos Deputados e ao Poder Legislativo. O presidente ressaltou que a ação de Glauber não era direcionada a ele pessoalmente, mas sim à instituição que ele representa. Motta também lembrou que Braga já havia protagonizado outras ocupações, incluindo uma de uma comissão, que durou mais de uma semana, caracterizando uma postura extrema sem respaldo regulamentar na Câmara.
A motivação para o ato de Braga foi a proposta de votação de seu pedido de cassação e de outros parlamentares, como a deputada Carla Zambelli, do PL de São Paulo, e o Delegado Ramagem, também do PL do Rio de Janeiro. O deputado alegou estar sendo alvo de uma perseguição política, afirmando que somente seu mandato estaria ameaçado, enquanto os outros citados possuem decisões do Supremo Tribunal Federal que os consideram inelegíveis.
Após a retirada forçada, Glauber Braga foi conduzido para o Salão Verde da Câmara, onde apareceu com roupas rasgadas e criticou duramente a ação dos policiais. Ele alegou ser vítima de perseguição devido ao seu posicionamento político e à sua resistência em se alinhar às forças que, segundo ele, dominam a mesa diretora da Casa. A repercussão do incidente foi imediata, gerando debates e críticas tanto de aliados quanto de opositores.
O ato de ocupação da cadeira da presidência da Câmara é inédito e levanta questões sobre a liberdade de expressão e os limites do protesto dentro do espaço legislativo. Diversos analistas políticos afirmam que a ação de Braga, embora extrema, destaca a tensão crescente entre parlamentares e a política institucional no Brasil, especialmente em um momento em que a polarização política parece estar em alta.
Nas redes sociais, muitos apoiadores de Braga manifestaram solidariedade, enquanto opositores criticaram a atitude, considerando-a uma falta de respeito à institucionalidade. A situação abre um precedente perigoso para o andamento das relações políticas no país e para o funcionamento da própria Câmara dos Deputados.
Em resumo, a retirada de Glauber Braga da mesa diretora da Câmara dos Deputados não apenas simboliza um protesto contra sua possível cassação, mas também provoca uma reflexão sobre os limites do ativismo político dentro das casas legislativas. A expectativa agora gira em torno de como a situação se desenrolará, especialmente com a continuidade da pauta de votação e as possíveis reações dos demais parlamentares.



