
Funcionários da Petrobras iniciaram uma greve nacional por tempo indeterminado na madrugada de segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, em resposta a contrapropostas consideradas insuficientes pela companhia para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2025-2026.
Os trabalhadores, representados por sindicatos como Sindipetro-NF e Federação Única dos Petroleiros (FUP), rejeitaram a terceira proposta da Petrobras por falta de avanços em demandas como:
- Reajuste salarial com reposição de ganho real e fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que reduzem salários e benefícios previdenciários.
- Fim da escala 6×1, do banco de horas em áreas de risco e retorno do programa Jovem Universitário para custeio de formação de filhos de petroleiros.
- Melhores condições de trabalho, isonomia no sistema Petrobras e negociações com aposentados.
A decisão pela greve foi aprovada em 11 de dezembro, após negociações frustradas desde setembro.
No primeiro dia da paralisação, os impactos foram significativos, com interrupções em 36 plataformas, 5 campos terrestres, 6 refinarias (incluindo Reduc), 16 plataformas, uma usina de biodiesel, uma fábrica de fertilizantes, uma termoelétrica, 4 navios e sedes administrativas.
A adesão foi alta em regiões como Norte Fluminense, Espírito Santo (90% no RN), São Paulo (Cubatão, com cerca de 3 mil trabalhadores) e Nordeste. A Petrobras informou não haver impactos na produção de petróleo e derivados, com medidas de contingência adotadas para manter o abastecimento.
No entanto, houve relatos de repressão às manifestações. A empresa acionou a Polícia Militar na Refinaria Eduardo Lagos (Reduc), resultando na detenção de líderes sindicais. Esta situação gerou protestos adicionais por parte de trabalhadores e organizações sindicais.
Os sindicatos estão monitorando continuamente a adesão à greve e as negociações com a Petrobras, que permanecem em um impasse. A greve reflete um descontentamento profundo com as condições atuais de trabalho e a busca por melhores salários e garantias nos contratos de trabalho.
Com a greve se estendendo, o movimento dos trabalhadores da Petrobras poderá impactar não apenas a produção da companhia, mas também os setores da economia relacionados à indústria do petróleo no Brasil, levando à necessidade de um diálogo mais efetivo entre a empresa e seus funcionários.
Enquanto a situação se desdobra, a adesão dos trabalhadores à greve e as reações da Petrobras serão fundamentais para moldar os próximos passos no cenário trabalhista da indústria petroleira brasileira.


