ECONOMIA

Freada na economia do Brasil pode ser positiva?

Nos últimos meses, a economia brasileira tem enfrentado um período de desaceleração, o que gerou debates sobre suas potenciais repercussões. Em geral, uma \”freada\” na economia do Brasil pode ser vista como positiva em determinados contextos, especialmente quando o foco é o controle da inflação e a busca pela estabilidade econômica a médio e longo prazo.

Um dos principais fatores que indicam que essa desaceleração pode ser benéfica está relacionado ao controle da inflação. Recentemente, a inflação acumulada em 12 meses foi registrada em 4,68% até outubro de 2025, ainda acima do teto da meta estabelecida em 4,5%, mas apresentando um sinal de queda. De acordo com as previsões do mercado, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2025 foi reduzida para 4,43%, indicando que as medidas de aperto monetário, como o aumento das taxas de juros, estão surtindo efeito.

Uma economia que cresce de forma menos acentuada tende a moderar a demanda por bens e serviços, ajudando, assim, a conter pressões inflacionárias. Com a redução da inflação projetada para 2025, o Brasil evita o \”estouro\” da meta, o que é positivo para a credibilidade da política econômica e para a confiança dos investidores. Essa confiança é vital, uma vez que um ambiente econômico estável atrai investimentos estrangeiros e contribui para o desenvolvimento sustentável do país.

Além disso, a atual taxa Selic está fixada em 15% ao ano, com expectativas de queda para 12% em 2026, 10,5% em 2027 e 9,5% em 2028. Um ambiente econômico menos aquecido facilita a redução das taxas de juros, o que, por sua vez, pode estimular o consumo e o investimento no futuro de forma mais sustentável. Cabe destacar que uma taxa de juros mais baixa pode ter efeitos positivo significativos nos setores de crédito e consumo, fundamentais para o crescimento econômico.

Outro aspecto importante é a redução de riscos externos. O Banco Central do Brasil ajustou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025, reduzindo-a de 2,1% para 2,0%, em grande parte devido a incertezas externas, como tarifas impostas pelos Estados Unidos. Uma economia menos dependente de um crescimento acelerado pode mostrar-se mais resiliente a choques externos, oferecendo uma maior estabilidade para os cidadãos e investidores.

No entanto, é importante considerar também os riscos associados a uma desaceleração excessiva. Se a economia entrar em um estado de desaceleração profunda, isso pode acarretar o aumento do desemprego e a diminuição da renda das famílias, situações que geram grande insegurança social e econômica. O crescimento moderado do PIB em 2025, que está projetado em torno de 2,16%, sinaliza que a economia não está em recessão, mas sim operando em um ritmo mais lento.

Portanto, uma \”freada\” na economia brasileira pode ser considerada positiva, desde que seja vista como uma ação temporária destinada a controlar a inflação e preparar o terreno para uma recuperação mais sólida no futuro. O equilíbrio é fundamental: é necessário evitar tanto o superaquecimento econômico, que levaria a pressões inflacionárias, quanto uma desaceleração excessiva que poderia comprometer o bem-estar econômico da população.

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