
Em 2023, o avanço do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro foi marcante, com aumento do domínio territorial, enquanto as milícias sofreram retração territorial em áreas urbanas, embora tenham triplicado seu domínio em outras regiões no mesmo ano. Essa dinâmica tem sufocado os moradores, pois a disputa entre esses grupos armados afeta diretamente a vida e segurança da população local.
Detalhes importantes sobre esse contexto incluem:
- Em 2023, o Comando Vermelho foi o único grupo armado a expandir território na capital do Rio, aumentando seu domínio em 8,4%, controlando 51,9% das áreas dominadas por grupos criminosos, ultrapassando as milícias, que passaram a controlar 38,9%.
- Apesar do crescimento das milícias em termos absolutos (triplicaram seu território em 2023, um aumento de 204,6%), houve uma queda de 15,4% da presença miliciana dentro da cidade do Rio especificamente, devido a ações do Ministério Público e desorganização interna, como prisões e mortes de lideranças.
- O crescimento do Comando Vermelho está associado a sua ofensiva em áreas antes dominadas pelas milícias, como Jacarepaguá (Zona Oeste), Baixada Fluminense e Leste Metropolitano, aumentando a violência e a disputa pelo controle territorial.
- O domínio desses grupos afeta cerca de quatro milhões de moradores do Rio, muitos com renda baixa e população majoritariamente não branca. Os moradores vivem sob controle direto ou influência armada, o que impacta segurança, condições sociais e direitos básicos.
- As milícias operam associadas a atividades econômicas ilegais institucionais, como controle imobiliário, serviços, transporte e comércio informal, o que agrava o sufoco dos moradores pela cobrança e imposição de regras no cotidiano.
- A disputa violenta entre Comando Vermelho e milícias não tem tendência de resolução rápida e demanda ações estruturais diferenciadas para enfrentar esses padrões de controle territorial armado.
Resumindo, em 2023, a ampliação do domínio do Comando Vermelho, associada à continuidade do controle miliciano em grandes áreas, intensificou a sufocação dos moradores do Rio de Janeiro por meio do aumento da violência, da coerção e do controle territorial violento exercido por esses grupos armados.
A realidade enfrentada pelos moradores da cidade é de uma guerra não declarada, onde o poder paralelo dos grupos armados se torna mais presente a cada dia. Em áreas como a Zona Oeste e a Baixada Fluminense, muitos cidadãos relatam a necessidade de se submeter às regras impostas pelas milícias, que frequentemente vão além da segurança e extorquem a população local através de taxas e cobranças por serviços não solicitados.
A pesquisa e as estatísticas revelam um panorama alarmante, onde a vida em comunidades afetadas pelos milicianos e pelo tráfico de drogas é marcada pelo medo e pela falta de opções. Por fim, enquanto as autoridades tentam balancear a repressão a esses grupos, a falta de investimento em políticas públicas e sociais adequadas contribui para a perpetuação desse ciclo de dominação e dor.



