POLÍTICA

Ex-chefe da diplomacia da União Europeia é presa na Bélgica

A ex-chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, foi detida na Bélgica na terça-feira, 2 de dezembro de 2025, juntamente com outras duas pessoas, no âmbito de uma investigação sobre fraude e corrupção relacionada a um programa de formação de diplomatas financiado pela UE.

As autoridades belgas confirmaram que a prisão de Mogherini ocorreu no contexto de um inquérito que envolve suspeitas de irregularidades nos procedimentos de contratação pública. As investigações apuram alegações de corrupção, conflito de interesses e violação de segredo profissional, que surgiram em torno de um concurso público destinado à formação de jovens diplomatas, realizado nos anos de 2021 e 2022.

As detenções aconteceram em locais estratégicos, incluindo Bruxelas e Bruges. Especificamente, buscas foram realizadas no Colégio da Europa, uma prestigiada instituição de ensino para diplomatas, e nas instalações do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), em Bruxelas. Essa operação levou à captura de outras figuras relevantes, como o vice-diretor do Colégio da Europa e Stefano Sannino, ex-secretário-geral do SEAE.

Após um interrogatório realizado pelo Procuradoria Europeia (EPPO), os três detidos foram liberados, uma vez que não foram considerados risco de fuga. Contudo, o caso continua sob investigação, mantendo os detalhes em sigilo para preservar a integridade do processo.

Mogherini, italiana de 52 anos, ocupou o cargo de vice-presidente da Comissão Europeia entre os anos de 2014 e 2019, período em que se destacou em várias iniciativas de política externa da União Europeia. Atualmente, ela exerce a função de reitora do Colégio da Europa, cargo que impulsionou sua carreira acadêmica e diplomática.

A detenção de Mogherini e seus colaboradores levanta questões sobre a integridade das instituições europeias e a necessidade de uma administração transparente e ética. A União Europeia enfrenta uma pressão crescente para garantir que os fundos destinados à capacitação e formação de seus diplomatas sejam utilizados de forma responsável e sem acentuadas irregularidades.

Apesar das dificuldades que essa situação pode trazer para a imagem das instituições europeias, cabe destacar que a investigação realizada pela Procuradoria Europeia é um passo em direção à responsabilização e à transparência dentro das estruturas da UE. A expectativa é que, ao final do processo, qualquer irregularidade seja devidamente esclarecida e as medidas necessárias sejam tomadas para evitar novos episódios de corrupção.

O desdobramento deste caso será acompanhado com atenção, tanto por autoridades políticas quanto pela população em geral, que demanda maior clareza e confiança nas ações dos representantes da União Europeia.

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