
O DNA revelou que os gatos foram domesticados muito depois do que se pensava anteriormente, com evidências indicando que a domesticação começou há cerca de 3.500 a 4.000 anos no norte da África, e não no Levante há cerca de 10.000 anos, como sugeriam teorias antigas.
As principais descobertas apontam que, ao contrário do que se acreditava, os gatos não foram domesticados no início da agricultura no Oriente Médio (Levante), mas sim alguns milênios depois e em regiões diferentes, especialmente no norte da África, que se tornou um dos vários “berços” da domesticação.
Adicionalmente, os gatos modernos descendem do gato selvagem africano, e os primeiros gatos domésticos só chegaram à Europa há cerca de 2.000 anos, provavelmente trazidos do norte da África por rotas comerciais no Mediterrâneo, durante o Império Romano. Antes disso, as amostras arqueológicas de gatos na Europa correspondiam a gatos selvagens, não domesticados.
Estudos anteriores apontavam para uma domesticação no Oriente Médio há 10.000 anos, com uma segunda onda posterior no Egito, mas o novo estudo mostra que a domesticação e aproximação mais próximas aos humanos ocorreram depois e não tão vinculadas ao início da agricultura. Isto implica uma história mais complexa, com múltiplos núcleos de domesticação e dispersão, incluindo fatores culturais, religiosos e comerciais que facilitaram a expansão dos gatos domésticos pelo mundo.
Finalmente, análises genéticas também mostram que os gatos domésticos se espalharam junto com os humanos para diversas regiões, e que a diversidade genética dos gatos atuais reflete processos históricos de migração e isolamento geográfico.
Em resumo, a domesticação dos gatos é recente em escala histórica, ocorrendo principalmente no norte da África há cerca de 3.500 a 4.000 anos, e sua dispersão para a Europa e outras regiões ocorreu muito depois da revolução agrícola, reformulando o entendimento sobre a relação antiga entre gatos e humanos.

