EDUCAÇÃO

Cantinho do Terror: Diretora de Creche Usava Sala Escura para Punir Crianças no Rio

O recente caso envolvendo a pedagogia de uma creche no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, chocou a sociedade e suscitou debates sobre a segurança nas instituições de educação infantil. A coordenadora pedagógica, Daniela de Oliveira Bispo, foi presa sob a suspeita de torturar crianças sob sua supervisão, instaurando um ambiente de medo e disciplina excessiva.

De acordo com as investigações realizadas pela Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), Daniela teria utilizado métodos de punição que incluíam violência física e psicológica. As denúncias apontam que ela puxava o cabelo das crianças e, em momentos de punição, chegava a sufocá-las durante as refeições. Uma das práticas mais alarmantes era a utilização de uma sala isolada, que se tornou conhecida entre os pequenos como o “cantinho do terror”.

Essa sala escura e segregada era um lugar para onde as crianças eram enviadas quando se comportavam mal, um espaço que acabava por desenvolver nelas um medo intenso de frequentar a escola e resultava em dificuldades alimentares. O temor gerado por essa prática se alastrou entre as crianças, conforme relatos coletados pelas autoridades e pais que chegaram a procurar ajuda após perceberem mudanças comportamentais em seus filhos.

O caso veio à tona em 2024, quando uma mãe denunciou a agressão e o sufocamento do seu filho na creche. Após essa denúncia, outras vítimas se manifestaram, expondo um padrão de abusos que culminou na prisão de Daniela. Ela foi detida em 4 de dezembro de 2025, em outra instituição onde estava trabalhando, no bairro do Méier, na Zona Norte do Rio, e não ofereceu resistência à abordagem policial.

A profissional de educação, que possui uma longa trajetória na área, incluindo formação em distúrbios de aprendizagem e gestão escolar, tinha se apresentado como uma educadora apaixonada pela educação básica desde 1995. Contudo, suas ações contradizem esse legado, levantando questionamentos sobre o futuro de sua carreira e as medidas que devem ser tomadas para assegurar a proteção das crianças.

Com a detenção de Daniela, as autoridades iniciaram uma investigação mais ampla que inclui outros possíveis casos de abusos cometidos na creche e em outras instituições nas quais a educadora poderia ter trabalhado. A situação gerou uma onda de indignação entre a população, que clama por ações mais efetivas na fiscalização e segurança das unidades de ensino infantil, além da necessidade de uma formação adequada para aqueles que lidam com crianças.

A discussão sobre a supervisão nas creches e a segurança dos pequenos ficou em evidência após o caso, levando especialistas e autoridades a debaterem em fóruns públicos a real necessidade de medidas que previnam futuras tragédias e ofereçam um ambiente seguro e acolhedor para as crianças. A sociedade espera que a apuração dos fatos traga à tona não apenas a punição adequada aos responsáveis, mas também uma reflexão profunda sobre a formação e a supervisão no âmbito educacional infantil.

Este caso destaca a importância do acompanhamento de crianças em instituições de ensino, e a necessidade de um sistema que promova a denúncia de abusos, garantindo que as vozes das crianças sejam ouvidas e respeitadas. À medida que as investigações avançam, o apelo generalizado é que essas práticas abusivas não se repitam e que a educação básica no Brasil se funda em pilares de respeito e proteção, assegurando que nenhuma criança seja submetida ao terror de um “cantinho” que deveria ser um espaço de aprendizado e crescimento.

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