
O grito “Basta ao Feminicídio” reverbera nas ruas de São Paulo, como parte de uma mobilização nacional que visa combater a crescente violência de gênero no Brasil. Em 2025, o país já registrou mais de 1.180 casos de feminicídio, alarmando a sociedade civil e levando milhares de mulheres a se unirem para clamar por justiça e mudança.
No último sábado, 7 de dezembro, mulheres de diferentes origens e idades se reuniram no vão do Museu de Arte de São Paulo (MASP) para participar do protesto. O evento destacou não apenas os números alarmantes de feminicídios, mas também os relatos de violência que muitas enfrentam diariamente. Com faixas e cartazes, as manifestantes exigiram que as autoridades agissem com mais seriedade e compromisso em relação a essas questões.
O lema “Basta de feminicídio. Queremos as mulheres vivas” encapsulou o espírito da manifestação, que foi acompanhada por discursos emocionantes e performances artísticas que enfatizaram a urgência do combate à impunidade. Muitos discursos abordaram a necessidade de um olhar mais atento às políticas públicas de proteção às mulheres e à educação sobre equidade de gênero desde a infância.
O apoio do governo foi um ponto central em várias falas, com destaque para o apoio declarado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que convocou um grande movimento nacional para erradicar a violência de gênero. Em suas declarações, o presidente enfatizou que a mudança cultural é essencial e que os homens também devem assumir um papel ativo na luta contra a violência, pois a educação é crucial na prevenção de comportamentos abusivos.
Além do descontentamento com a situação atual, as manifestantes trouxeram propostas concretas para o debate. Entre elas, a necessidade de aumentar o número de delegacias especializadas no atendimento às mulheres, assim como o fortalecimento das políticas de amparo às vítimas e de educação de gênero nas escolas. As participantes expressaram que mudanças no sistema judicial também são fundamentais para garantir que os casos de feminicídio sejam tratados com a gravidade que merecem.
Os dados fornecidos pelo Ministério das Mulheres são alarmantes, com quase 3 mil atendimentos diários pelo Ligue 180, o serviço de apoio a mulheres em situação de violência. Tais números evidenciam a crise que o país enfrenta e a necessidade de ações efetivas para garantir a segurança e a dignidade das mulheres.
O Levante de Mulheres em São Paulo é mais do que um protesto; é uma convocação à ação, uma declaração de que a sociedade não pode mais tolerar a violência contra as mulheres. As participantes reafirmaram que o movimento não se limitará a um único evento, prometendo continuar a pressionar por mudanças até que a violência contra a mulher seja erradicada e as vítimas recebam justiça.
A luta contra o feminicídio se tornou uma questão de direitos humanos e de respeito à vida, e o grito “Basta ao Feminicídio” ecoa não apenas nas ruas de São Paulo, mas em todas as partes do Brasil, incentivando uma mudança cultural que permita que as mulheres vivam sem medo. Somente assim, a sociedade poderá começar a reparar os danos causados por séculos de opressão e violência.



