
Rodrigo Bacellar pediu licença de 10 dias do mandato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) um dia após ser solto. O pedido foi protocolado em 10 de dezembro de 2025, prevendo seu afastamento entre os dias 10 e 19 do mesmo mês, período que antecede o recesso legislativo da Alerj, agendado para iniciar em 19 de dezembro.
A solicitação de licença foi formalizada sob a justificativa de tratar de assuntos pessoais, mas também tem implicações políticas significativas. O afastamento temporário, por sua vez, adiou uma possível renúncia da presidência da Alerj, questão que vinha sendo debatida nos bastidores junto a assessores e aliados. Os temores sobre uma possível renúncia abrupta e as suas repercussões levaram Bacellar a optar por essa estratégia cautelar. O risco de endurecimento das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a possibilidade de uma nova prisão preventiva, pesou em sua decisão.
Apesar de afastado da presidência, Bacellar foi autorizado a participar das sessões da Alerj durante o período de licença. Esta autorização reflete uma dinâmica peculiar na formação do legislativo, onde a presença dos parlamentares mesmo em licença é vista como essencial para a continuidade dos trabalhos legislativos e para o fortalecimento de vínculos com eleitores e partidos.
A escolha por um afastamento tão breve, de 10 dias, contrasta com os 120 dias permitidos pelo regimento interno da Alerj. Essa decisão é interpretada como uma medida estratégica para ganhar tempo e preparar sua possível retomada política em 2026, ano em que a Assembleia retoma as atividades após o recesso. Dessa forma, Bacellar busca não apenas preservar sua imagem, mas também planejar sua volta ao centro da política fluminense, em um contexto de incertezas e possíveis desdobramentos judiciais.
Rodrigo Bacellar, que já teve um histórico controverso, continua sob a vigilância tanto do público quanto das instituições. Sua trajetória recente, marcada por desdobramentos legais que culminaram em sua soltura, gera um imediatismo nas reações de parlamentares e cidadãos do Estado do Rio, que observam atentamente as movimentações políticas que sucedem a sua saída da prisão.
À medida que o recesso legislativo se aproxima, a situação de Bacellar pode influenciar o clima político da Alerj, refletindo as táticas de sobrevivência política que impõem a necessidade de cautela entre os parlamentares. Espera-se que, ao retornar às atividades normais, ele possa esclarecer suas intenções e posicionamentos, tanto em relação ao seu cargo quanto em relação às questões que envolvem sua situação junto à Justiça.



