
O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (25 de novembro) a compra de 1,8 milhão de doses da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR), com um investimento de R$ 1,7 bilhão. O VSR é o principal causador de bronquiolite em recém-nascidos e sua vacinação é considerada uma prioridade em função do aumento nos casos e hospitalizações entre crianças pequenas.
O primeiro lote, contendo 673 mil doses, começará a ser distribuído aos estados ainda em novembro, com expectativa de que a vacinação seja realizada durante todo o mês de dezembro. A vacinação será imediata após o recebimento das doses pelos estados e municípios brasileiros. Essa rapidez na entrega se alinha à urgência causada pelo aumento de casos do vírus, que tem impactado fortemente a saúde da população infantil.
A imunização será aplicada em gestantes a partir da 28ª semana de gestação, buscando proteger bebês menores de 6 meses. A recomendação é que seja aplicada uma dose única da vacina a cada nova gestação, sem restrição de idade para a mãe. A meta do Ministério da Saúde é vacinar 80% do público-alvo, potencialmente salvando vidas e diminuindo a carga sobre os serviços de saúde.
Conforme explicou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a estratégia de vacinar gestantes é fundamental para proteger os recém-nascidos, pois a maior gravidade do VSR ocorre nos primeiros dias de vida. Esta abordagem é uma expansão das medidas de saúde pública do Brasil, buscando reduzir as hospitalizações e internações associadas ao vírus.
Dados da pasta indicam que, até 15 de novembro, o Brasil registrou 43,1 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados por VSR em 2025. A maior concentração de hospitalizações (82,5%) foi verificada entre crianças com menos de 2 anos, com a maioria dos óbitos ocorrendo entre menores de 1 ano, principalmente entre os menores de 6 meses. Esses dados ressaltam a necessidade urgentes de vacinação e estratégias de prevenção.
O Ministério da Saúde prevê a compra de mais 4,2 milhões de doses contra o VSR até 2027. Além disso, a vacina pode ser administrada junto a outros imunizantes, como as doses contra covid-19 e influenza, facilitando o acesso e a adesão à vacinação.
Na rede particular, a imunização pode custar até R$ 1,5 mil, o que a torna inacessível para grande parte da população. A oferta gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS) tornou-se possível após um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório produtor, que viabilizou a transferência de tecnologia. Essa colaboração permitirá que o Brasil passe a produzir o imunizante e tenha autonomia para ofertá-lo no futuro.
Este avanço no combate ao vírus sincicial respiratório destaca o compromisso do Ministério da Saúde em proteger os grupos mais vulneráveis da nossa sociedade, garantindo acesso à vacinação e, consequentemente, preservando vidas. O Brasil dá mais um passo significativo em sua luta contra doenças infecciosas que afetam principalmente os mais jovens.



