
A presa da Operação Rejeito está sozinha em uma cela separada na cadeia feminina do Complexo Penitenciário Estevão Pinto, em Belo Horizonte. Ela é uma advogada presa provisoriamente por envolvimento em um esquema de corrupção na mineração em Minas Gerais, e a cela separada ocorre no contexto do presídio estar superlotado e parcialmente interditado após um desabamento estrutural.
O Complexo Penitenciário Estevão Pinto possui cerca de 500 presas e já operava com 121% da sua lotação antes do desabamento, que levou à interdição de 23 celas, agravando as condições e gerando desconforto entre as presas. A advogada presa na Operação Rejeito atuava como controladora de empresa e intermediadora de cessões minerárias fraudulentas. Mensagens recuperadas na investigação indicam envolvimento em transferências de propina multibilionárias, além de negociações ilegais para obtenção de alvarás junto a servidores públicos.
A Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal, desvendou um esquema criminoso envolvendo empresários, servidores públicos estaduais e federais, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e crimes ambientais relacionados à mineração ilegal em áreas protegidas, como a Serra do Curral em BH e a Serra de Botafogo em Ouro Preto. O esquema movimentou valores bilionários, levando a bloqueios judiciais de R$ 1,5 bilhão em ativos ligados aos investigados.
Outros presos considerados chefes do esquema já foram transferidos de Belo Horizonte para presídios federais de segurança máxima. Portanto, a condição de cumprimento de prisão da advogada da Operação Rejeito em cela individual se dá em um cenário de superlotação e precárias condições do presídio, visando também separar uma figura de destaque no esquema investigado dos demais detentos.



