
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou avanços significativos durante a COP30, realizada em Belém (PA) em novembro de 2025, porém reconheceu que o progresso foi modesto frente à urgência da crise climática. Em seu discurso de encerramento, ela afirmou que, embora não tenha sido possível alcançar consenso sobre pontos fundamentais, como a inclusão de um chamado claro para a transição longe dos combustíveis fósseis nas decisões oficiais da conferência, importantes passos firmes foram dados em meio a um cenário geopolítico desafiador.
Entre os avanços citados pela ministra estão a apresentação de 122 Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) por diversos países, que se comprometeram a reduzir suas emissões até 2035. Este número reflete um aumento significativo em relação ao anterior, demonstrando um compromisso renovado em relação às metas climáticas globais. Além disso, a COP30 fortaleceu a agenda de adaptação climática, com a meta de triplicar o financiamento internacional destinado a esse fim até 2035.
A conferência também culminou na aprovação de 29 documentos e na criação de um conjunto de indicadores que deverão ser utilizados para medir e orientar o progresso climático nas nações participantes. Outra conquista importante foi a inclusão inédita de mulheres e meninas afrodescendentes na agenda climática, representando um passo significativo em direção à justiça social e climática. A agenda oceânica, que também recebeu destaque, é crucial para a preservação da biodiversidade marinha, muito afetada pelas mudanças climáticas.
Além das conquistas formais, Marina Silva anunciou o lançamento do Acelerador Global de Ação Climática, um espaço permanente destinado a impulsionar medidas concretas, fora do âmbito das negociações oficiais, promovendo a colaboração entre diferentes atores, como governos, empresas e a sociedade civil.
A ministra enfatizou que, apesar dos limites impostos pelas dificuldades de consenso, a COP30 cumpriu a missão de manter vivo o multilateralismo climático e avançou em temas complexos, como adaptação e financiamento. Ela reforçou o compromisso da presidência brasileira em elaborar dois “mapas do caminho”: um para deter e reverter o desmatamento e outro para promover uma transição justa e ordenada para longe dos combustíveis fósseis, ambos guiados pela ciência e pela inclusão.
\”Estamos cientes de que os desafios ainda são muitos, e que a ação imediata é imperativa. Porém, a COP30 demonstrou que um caminho é possível, e que a pressão por ações concretas continua em alta\”, afirmou Silva, consolidando sua posição como uma das líderes mais respeitadas nas discussões sobre meio ambiente no cenário internacional.
Ao final de seu discurso, a ministra foi aplaudida de pé e se emocionou. Esse momento simbolizou não apenas a importância do evento, mas também a esperança de que acooperação internacional persista e se fortaleça na luta contra a crise climática, reconhecendo que mesmo com resultados aquém do ideal, os esforços conjuntos são essenciais para um futuro sustentável.
O encerramento da COP30 deixou claro que, embora os desafios sejam formidáveis, a determinação e inovação são necessárias para confrontar a emergência climática e garantir um planeta saudável para as futuras gerações. O diálogo continua, e a estrada para uma ação climática eficaz está apenas começando.


