
A despedida da psicóloga Layse Costa Pinheiro, executada no Cefet-RJ, foi marcada por homenagens emocionadas e reconhecimento por sua dedicação e doçura. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no domingo, 30 de novembro de 2025.
Layse, de 40 anos, psicóloga formada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), atuava no Cefet desde 2014. Ela oferecia apoio emocional a estudantes e era muito querida por colegas e alunos, que ressaltaram seu trato doce, gentil e igualitário. Durante a cerimônia, após um breve ritual kardecista, familiares e amigos prestaram uma salva de palmas em sua memória e manifestaram profunda comoção. Um amigo próximo relembrou que ela havia comemorado seu aniversário de 40 anos pouco antes do crime.
Além do seu papel profissional, Layse se apresentava como uma ativista feminista, antirracista e defensora das minorias, sempre apaixonada por música e dança de salão. Sua morte ocorreu em um ataque dentro da instituição, onde também foi assassinada Allane de Souza Pedrotti Mattos, diretora do Cefet. O agressor, um funcionário da escola, teria cometido suicídio após os disparos. A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o crime.
O Ministério das Mulheres, em nota oficial, lamentou o crime e destacou a necessidade de combate à violência contra as mulheres em todos os espaços. A nota reforçou a prioridade do governo na proteção das vítimas, evidenciando a necessidade urgente de um olhar atento às questões de segurança e apoio às mulheres em ambientes educacionais.
As repercussões do caso geraram intensos debates nas redes sociais e junto à comunidade acadêmica, ressaltando a importância de uma abordagem mais robusta e integrada em relação à segurança nas instituições de ensino. Professores e alunos do Cefet manifestaram seu luto nas redes, compartilhando memórias e histórias sobre a psicóloga, relembrando seu legado de amor e dedicação ao próximo.
A tragédia ressalta a vulnerabilidade a que estão expostas mulheres em diversos ambientes, levantando um clamor por segurança e justiça que vai muito além da dor pessoal das famílias afetadas. A mobilização de vozes em homenagem a Layse e Allane, e o clamor por mudanças, são um sinal da busca contínua por empoderamento, respeito e proteção em todas as esferas da sociedade.
Além das homenagens emocionadas, um apelo por reformas legislativas e políticas públicas mais efetivas tem sido amplamente discutido. Organizações de direitos humanos e grupos feministas instam por medidas concretas que visem a proteção e a promoção da segurança de mulheres em todos os âmbitos, garantindo que tragédias como a que levou a vida de Layse e Allane não se repitam.
A dor exibida tanto pelos entes queridos quanto pela comunidade escolar reflete a necessidade urgente de um acolhimento coletivo e de um espaço seguro na educação. Até lá, as vozes em homenagem a Layse e Allane ecoam, lembrando-nos da força e da vulnerabilidade de cada vida. A luta contra a violência deve continuar, e o legado das duas profissionais permanecerá vivo nas lutas futuras por um mundo mais justo e solidário.



