O Brasil contará com um dos cinco supercomputadores de inteligência artificial mais potentes do mundo, conforme foi detalhado em debate na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT) do Senado Federal em 22 de outubro de 2025. Este projeto estratégico é uma das ações previstas no Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que já está em andamento e prevê investimentos de até R$ 23 bilhões até 2028.
O supercomputador será voltado para reforçar a segurança de dados e a soberania digital do país, permitindo que o Brasil desenvolva maior capacidade de processamento local. Atualmente, o país depende de servidores estrangeiros para processar grande parte dos seus dados, limitando sua participação na corrida global pela inteligência artificial.
Um investimento de R$ 1,8 bilhão foi destinado especificamente para a construção do novo supercomputador, com expectativa de estar em operação até 2026. A infraestrutura será posicionada em local com boa infraestrutura de TI e proximidade de centros de pesquisa, como o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), no Rio de Janeiro.
Paralelamente, o supercomputador Santos Dumont, operado pelo LNCC, recebeu uma atualização significativa que elevou sua capacidade para 18,85 petaflops, representando um crescimento de 575% em relação à configuração original de 2015. Esta modernização inclui processadores Intel Xeon Scalable de 4ª geração, GPUs NVIDIA H100, CPUs NVIDIA Grace e APUs AMD Instinct MI300A, equipando o equipamento com tecnologias voltadas ao processamento de IA em larga escala.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) está conversando com diversas instituições que se beneficiariam da estrutura, incluindo universidades públicas e privadas, centros de pesquisa em ciência de dados, e empresas de tecnologia. As aplicações esperadas abrangem desde pesquisas científicas em modelagem climática até soluções em saúde, energia e setor agrícola.
A presença de um supercomputador de ponta no Brasil não só promete impulsionar a pesquisa acadêmica, mas também atrair investimentos estrangeiros e fomentar a criatividade local em tecnologia. Especialistas afirmam que a capacidade de processar dados localmente ajudará o Brasil a se tornar um protagonista na área de inteligência artificial.
Em um cenário global, onde a tecnologia avança rapidamente, a criação de um supercomputador nacional representa uma solução estratégica para minimizar a dependência de tecnologias estrangeiras, proporcionando um desenvolvimento mais robusto e autônomo. A expectativa é que, com a implementação desse projeto, o Brasil possa competir em pé de igualdade com as nações que já detêm modelos consolidados de inteligência artificial.
À medida que a infraestrutura avança, o debate sobre a regulamentação e a ética na utilização de inteligência artificial também se intensifica, exigindo um acompanhamento constante das autoridades. O supercomputador poderá ser uma ferramenta vital para o desenvolvimento de soluções que atendam aos desafios sociais, científicos e econômicos do país nos próximos anos.
O investimento em tecnologia e inovação é um passo significativo para garantir que o Brasil não fique para trás na era digital. Com o novo supercomputador na mira, o país poderá se posicionar como um hub de inovação e desenvolvimento em inteligência artificial na América Latina, beneficiando milhões de brasileiros.
A conclusão do projeto e o funcionamento pleno do supercomputador devem ser acompanhados de perto por todos os segmentos da sociedade, garantindo que os benefícios sejam amplamente compartilhados e que o progresso tecnológico venha acompanhado de responsabilidade e ética. Assim, ao construir um futuro digital mais equitativo, o Brasil poderá usufruir das inúmeras oportunidades que a inteligência artificial oferece.
